Quase um terço dos novos casos de covid-19 a nível nacional já deverá ter a variante inglesa, podendo chegar a 50% na Área Metropolitana de Lisboa, segundo um documento da Direção-Geral da Saúde. Os dados foram referidos pela ministra da Saúde, Marta Temido, no debate no Parlamento esta quinta-feira.
Citando dados do laboratório Unilabs, o relatório aponta que “cerca de 32,2% dos casos podem corresponder à nova variante B.1.1.7, e na região da Área Metropolitana de Lisboa esta variante pode representar quase 50% dos casos confirmados”. Ainda assim, o documento ressalva que “existem limitações inerentes a dados provenientes apenas de um laboratório, e podem não ser representativos”.
De acordo com o documento, a variante inglesa “apresenta maior transmissibilidade quando comparada com outras variantes, como tem vindo a ser reconhecido internacionalmente”. Além disso, acrescenta, “recentemente, com base em diferentes estudos realizados, identificou-se a possibilidade de que esta variante também seja mais letal.”
É referido um estudo da Public Health England, que concluiu que “indivíduos com a variante B.1.1.7 tiveram um risco de morte de 1,65 vezes superior, quando comparado com os indivíduos infetados com outras variantes”. Contudo, é também referido existirem limitações em relação a estes resultados, devido “à sua baixa representatividade”.
A proporção desta variante inglesa no total de casos “tenderá a aumentar em virtude da vantagem seletiva da maior transmissão”, aponta o relatório. “Se for confirmado o aumento da letalidade associado à variante, é expectável um aumento da letalidade em Portugal nas próximas semanas.”
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