António Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, tem uma "boa notícia". "O valor do R, o indicador de transmissão da doença, tem estado a diminuir de forma sistemática" - no dia 10 de outubro era de 1,27 e hoje é de 1,14 -, o que "mostra um desacelerar da própria pandemia”, afirmou na conferência de imprensa desta quarta-feira.
Quanto à decisão do Governo de permitir a suspensão de todos os cuidados de saúde não urgentes, justificou-a assim: "Todos os países tiveram de o fazer. Em março, estávamos todos de acordo com essa suspensão, devido ao possível colapso do SNS. Acho importante recordarmos isso", sublinhou.
"Ainda hoje, muitos países desenvolvidos mantêm suspensa a sua atividade programada", acrescentou, justificando ainda a decisão com base em números.
"Portugal iniciou a retoma da atividade assistencial em maio e tem vindo a melhorar desde então. Nesse mês, melhorámos 13% nas consultas dos cuidados de saúde primários em relação ao mês anterior, 23% nas consultas hospitalares e duplicámos o número de cirurgias".
Já em junho, continuou, "recuperámos 10% em consultas nos cuidados de saúde primários, 12% em consultas hospitalares e 19% em cirurgias". "Houve um ligeiro decréscimo em agosto, devido a férias dos profissionais de saúde, que recuperámos em setembro". Nesse mês, detalhou, "melhoramos 16% nas consultas nos centros de saúde, 33% nas consultas nos hospitais e 26% nas cirurgias".
"Temos vindo a recuperar sucessivamente mês após mês", reforçou, lembrando que o despacho recém-emitido pelo Ministério da Saúde "não obriga à suspensão completa da atividade, antes reitera a possibilidade de haver essa suspensão em função da necessidade de alguns hospitais poderem cooperar com outros".
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