Coronavírus

Manifestantes com metralhadoras tentam entrar na Câmara Legislativa do Michigan em protesto contra medidas de confinamento

Manifestantes com metralhadoras tentam entrar na Câmara Legislativa do Michigan em protesto contra medidas de confinamento
JEFF KOWALSKY/Getty

Um pouco por todo o país, milhares de norte-americanos têm protestado contra as medidas de contenção mas na quinta-feira centenas, muitos armados com armas automáticas, tentaram entrar no Capitólio do estado do Michigan, um cenário que não se têm verificado em, pelo menos até agora

Manifestantes com metralhadoras tentam entrar na Câmara Legislativa do Michigan em protesto contra medidas de confinamento

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Centenas de pessoas que estão contra as medidas de confinamento impostas aos habitantes do estado norte-americano do Michigan manifestaram-se na quinta-feira dentro do Capitólio do estado, muitos envergando as suas metralhadoras ao peito, um cenário que assustou os legisladores estaduais que foram colocando fotografias nas redes sociais onde se veem homens com roupa militar, luvas, alguns com máscaras e óculos escuros à porta da Assembleia.

Os deputados estavam reunidos a pedido da governadora democrata Gretchen Whitmer que pediu um alargamento temporal das medidas de emergência de forma a conter a propagação do coronavírus. Durante a sessão, os manifestantes gritaram coisas como “Os tiranos têm de ser enforcados!” ou “Deixem-nos entrar! Deixem-nos entrar!” enquanto uma linha de polícias os impedia de entrarem dentro da assembleia. Outros compararam Whitmer a Hitler a acusaram-na de estar a manter a população presa - e que por isso era ela que devia ser presa.

No início da sessão, a própria polícia permitiu a entrada de algumas centenas de pessoas no Capitólio já que é um direito de todos os norte-americanos assistirem aos trabalhos das suas legislaturas mas rapidamente tiveram que criar um cordão de segurança para impedir que a câmara fosse invadida.

Uma das deputadas presentes, a democrata Dayna Polehanki, escreveu no Twitter que alguns dos seus colegas estavam com coletes antibalas dentro da câmara legislativa e agradeceu a presença da polícia.

A governadora acabou por estender o estado de vigência das medidas de emergência mas, fora da assembleia, junto dos manifestantes, o seu oponente republicano, Mike Detmer, não se deixou ficar e puxou para o discurso o assunto que mais pesa: “Vamos abrir o nosso comércio de novo. Temos de garantir que temos empregos para os quais voltar”. Whitmer por outro lado acusou os legisladores republicanos de negligência: “Tentar enfiar a cabeça na areia e colocar cada vez mais pessoas em risco, tal como as suas formas de sustento e eu não vou deixar isso acontecer”.

Este é apenas um dos vários protestos que têm surgido nos Estados Unidos desde o início do mês de abril, alguns com dinamizadores associados à extrema-direita e nenhum deles ainda criticado pelo Presidente, Donald Trump, que está preocupado com a catástrofe económica que pode bem ser um entrave à sua reeleição, dependendo de quanto tempo durar, e, principalmente, do quão abrangente se torne. Ao comentar o sucedido, Trump disse apenas que a governadora deveria ouvir os protestos e encontrar forma de colaborar com as pessoas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate