Coronavírus

Covid-19. Governo apresenta sete medidas de apoio às startups no valor de 25 milhões de euros

21 abril 2020 18:00

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Ministério da Economia anuncia cinco novos apoios e relança dois outros, adaptando-os à realidade atual. Medidas poderão representar, em média, dez mil euros de apoio potencial para cada startup

21 abril 2020 18:00

Duas semanas depois da comunidade de empreendedores ter proposto ao Governo um conjunto de medidas de “implementação urgente” para mitigar o impacto da crise provocada pelo novo coronavírus nas startups e scaleups em Portugal, o ministério da Economia apresenta um conjunto de medidas de apoio um ecossistema que representa 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

São sete medidas “para que as mais de 2.500 startups portuguesas consigam superar as consequências da pandemia de covid-19 e retomar a atividade normal após este período excecional”, sublinha esta terça-feira em comunicado o gabinete liderado por Pedro Siza Vieira.

Além de adaptar duas iniciativas já em vigor ao atual contexto, o ministério da Economia apresentou cinco novas medidas num valor global superior a 25 milhões de euros. Estas poderão representar, em média, dez mil euros de apoio potencial para cada startup.

Entre as medidas lançadas esta terça-feira está o StartupRH Covid19, um apoio financeiro através de um incentivo equivalente a um salário mínimo por trabalhador, até um máximo de dez trabalhadores por startup.

As startups poderão ainda prorrogar por três meses o benefício da bolsa já atribuído no âmbito do Startup Voucher (2.075 euros por posto de trabalho de empreendedor) e podem também recorrer ao Vale de Incubação Covid-19, um apoio para startups com menos de cinco anos, que permite da contratação de serviços de incubação com base em incentivo de 1.500 euros não reembolsável.

O Governo lança ainda o “Mezzanine” funding for Startups, um empréstimo convertível em capital social (suprimentos) após 12 meses, aplicando uma taxa de desconto que permita evitar a diluição dos promotores – com investimentos médios entre 50 mil e 100 mil euros por startup.

E é também lançado o instrumento Covid-19 – Portugal Ventures, que consiste numa call (lançamento de aviso) da sociedade de capital de risco detida pela AICEP Capital, InovCapital e Turismo Capital para o investimento em startups, com investimentos a partir de 50 mil euros. A iniciativa é financiada pela Instituição Financeira de Desenvolvimento em Portugal (IFD), Portugal Ventures e Imprensa Nacional – Casa da Moeda.

As startups podem ainda recorrer a dois apoios já existentes, que foram readatpados à situação atual.

Um deles é o fundo 200M, no qual o Estado coinveste com investidores privados em startups e scaleups portuguesas, canalizando um mínimo de 500 mil euros e máximo de 5 milhões de euros. O outro é o fundo de coinvestimento para a inovação social, no qual o Estado também investe juntamente com investidores privados em empresas com projetos inovadores e de impacto social (com um mínimo público de 50 mil e máximo de 2,5 milhões de euros).

Recorde-se que, de acordo com uma análise da Aliados Consulting e da FES Agency, quase metade das startups já sentem quebras nas vendas superiores a 60% por causa da pandemia de covid-19. Apesar de atualmente já existirem apoios genéricas de apoio às empresas por parte do Estado (como linhas de crédito, o recurso ao regime de lay-off, entre outros), até agora os empreendedores portugueses queixavam-se do facto de muitas startups – especialmente as que se encontram em fase inicial, ainda sem vendas – não conseguirem aceder a estes apoios.