Ciência

Cérebro com 319 milhões de anos encontrado em fóssil de peixe pré-histórico

Cérebro com 319 milhões de anos encontrado em fóssil de peixe pré-histórico
Universty of Birmingham
Este é o único fóssil conhecido da espécie Coccocephalus wildi, há muito extinta, que terá vivido no Período Carbonífero

Uma equipa de paleontólogos, constituída por investigadores das universidades de Birmingham e Michigan, descobriu num fóssil com 319 milhões de anos de um peixe pré-histórico, da espécie Coccocephalus wildi, o “mais antigo exemplo de um cérebro bem preservado de um [animal] vertebrado”, refere a BBC.

O fóssil foi encontrado numa mina de carvão há mais de 100 anos, na região de Lancashire, no Reino Unido. O exemplar desta espécie ancestral, há muito extinta, terá vivido no Período Carbonífero, era geológica que ocorreu entre 360 milhões e 290 milhões de anos atrás.

O que mais surpreendeu os investigadores foi a excecional preservação do cérebro e dos nervos cranianos encontrados no crânio fossilizado.

“A descoberta inesperada de um cérebro de vertebrados tridimensionalmente preservado dá-nos uma visão surpreendente da anatomia neural dos peixes com barbatanas”, frisa a paleontóloga Sam Giles, da Universidade de Birmingham.

A descoberta é igualmente relevante, acrescenta Sam Giles, por indicar um “padrão de evolução cerebral mais complexo do que o sugerido apenas pelas espécies vivas, permitindo-nos definir melhor como e quando evoluíram os peixes ósseos dos nossos dias”.

Também o paleontólogo brasileiro Rodrigo Figueroa, do Departamento de Ciências da Terra e do Meio Ambiente da Universidade de Michigan, nos EUA, destaca que este fóssil “superficialmente pouco impressionante e pequeno não só mostra o exemplo mais antigo de um cérebro de vertebrados fossilizados, como também mostra que muito do que se pensava sobre a evolução do cérebro precisará de ser revisto”.

Este é o único fóssil conhecido da espécie Coccocephalus wildi (“cabeça de coco”, em latim), o que fez com que os investigadores tivessem utilizado apenas técnicas não-destrutivas durante o estudo, agora publicado na revista científica "Nature".

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