Ciência

James Webb revela a mais nítida imagem dos anéis de Neptuno

James Webb revela a mais nítida imagem dos anéis de Neptuno
NASA, ESA, CSA, STScI

Sete das 14 luas conhecidas de Neptuno foram também observadas pelo telescópio

Concebido para observar as galáxias e estrelas mais distantes do universo, a verdade é que o potente e revolucionário telescópio espacial James Webb (JWST) tem-se mostrado bastante eficaz a estudar a vizinhança mais próxima da Terra e agora volta a fascinar o mundo com uma vista maravilhosa do planeta mais distante do Sistema Solar.

Quando se pensa num planeta circundado por anéis, Saturno vem imediatamente à cabeça. No entanto, também Júpiter, Urano e Neptuno – ou seja, todos os gigantes gasosos que orbitam o Sol – ostentam sistemas de anéis, embora sejam bem menos majestosos e reluzentes. Por serem mais ténues, são mais difíceis de ver, mas nada que o James Webb não resolva. Depois de já ter mostrado os anéis de Júpiter, agora chegou a vez de captar a imagem mais nítida dos anéis de Neptuno.

O que mais surpreende nesta nova imagem de Neptuno é que revela algumas faixas de anéis que não eram vistas desde que a sonda Voyager 2 se aproximou do planeta em 1989.

“Passaram-se três décadas desde a última vez que vimos estes anéis ténues e poeirentos, e esta é a primeira vez que os vimos no infravermelho”, assinala Heidi Hammel, especialista no estudo de Neptuno, citada num comunicado da NASA.

Descoberto em 1846, Neptuno sempre fascinou os cientistas, desde logo por ser extremamente longínquo, estando 30 vezes mais distante do Sol do que a Terra.

À semelhança de Urano, Neptuno é um gigante gelado, onde a temperatura ronda os -220º C. Em comparação com Júpiter e Saturno, a sua atmosfera é muito mais rica em metano do que em hidrogénio ou hélio, o que lhe confere a aparência azul.

Aqui, nesta imagem captada pelo James Webb, Neptuno surge com uma aparência muito mais pálida, uma vez que o telescópio não opera na luz visível mas, sim, no espectro do infravermelho.

Além dos anéis de Neptuno, o James Webb conseguiu fotografar também sete das 14 luas conhecidas, com destaque para a maior de todas elas, Tritão, que na imagem surge tão brilhante como uma estrela.

Como é que este satélite natural do mais distante mundo do Sistema Solar pode surgir tão brilhante? A explicação é simples: a superfície de Tritão está coberta por nitrogénio congelado, refletindo assim 70% da luz que recebe.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: amcorreia@expresso.impresa.pt

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