5 abril 2023 23:00

A Cruz Vermelha denunciou o sucedido e, em dois dias, o Exército mudou o funcionário civil de lugar. Oferecia doces e chocolates para aliciar as menores. Foi feita uma queixa à Polícia Judiciária Militar, que passou o caso ao Ministério Público
5 abril 2023 23:00
O grupo de refugiados afegãos tinha chegado a Portugal há menos de um mês. Na maioria, eram músicos, professores e alunos do Instituto Nacional de Música do Afeganistão (ANIM, na sigla em inglês), em fuga do regime dos talibãs, que proibiram a música no Afeganistão depois de terem recuperado o poder com a saída das tropas da NATO. Alojados provisoriamente, em dezembro de 2021, no antigo Hospital Militar de Belém (HMB) — que tinha sido recuperado para acolher doentes com covid-19 —, festejaram a passagem do ano com um concerto. Foi esse um dos momentos registados na denúncia enviada para o Exército: um funcionário civil do antigo hospital, na casa dos 60 anos, teve “vários momentos de stalking [perseguição insistente] a algumas jovens menores, tentando tocar-lhes e oferecendo doces em troca”. Foi feita uma queixa à Polícia Judiciária Militar, que encaminhou o processo para o Ministério Público.
Um “reporte de situação irregular” foi enviado para o Exército, no dia 3 de janeiro de 2022, pela coordenadora da Unidade de Acolhimento de Emergência, da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Susana Gouveia. Nesse e-mail a que o Expresso teve acesso, a psicóloga que tinha a responsabilidade pelo acolhimento dos refugiados afegãos alojados naquelas instalações, denunciava vários momentos de assédio testemunhados pela própria e pelas técnicas da CVP.
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