Sociedade

Vicente Valentim vence o prémio A.SK BRIGHT MIND 2025 em Ciências Sociais

Vicente Valentim vence o prémio A.SK BRIGHT MIND 2025 em Ciências Sociais
Matilde Fieschi

Politólogo português, autor de "O Fim da Vergonha – Como a direita radical se normalizou", é professor em Oxford e este ano foi também distinguido com o prémio Carolina de Moyer atribuído pelo Council for European Studies

O politólogo português Vicente Valentim acabou de receber o prémio A.SK BRIGHT MIND 2025, atribuído pelo Centro de Investigação em Ciências Sociais de Berlim. Outorgada a cada dois anos, a distinção visa investigadores na área das ciências sociais cujo contributo seja considerado significativo face ao progresso económico e político. Entre os vencedores anteriores contam-se, por exemplo, o economista turco-americano Daron Acemoglu, Prémio Nobel de Economia em 2024, ou a economista franco-americana Esther Duflo, Nobel de Economia em 2019.

Aos 34 anos, Vicente Valentim é professor assistente de Ciência Política na IE University e membro associado do Nutfield College, na Universidade de Oxford. Antes disso, doutorou-se no prestigiado Instituto Universitário Europeu, em Florença e a sua tese valeu-lhe o prémio Jean Blondel, do European Consortium for Political Research, para a melhor tese em ciência política e relações internacionais. Em 2025, venceu o Carolina de Moyer, que o Council for European Studies (Universidade Columbia) atribui ao jovem académico cujo contributo é considerado o mais significativo para o estudo interdisciplinar da Europa.

Em Portugal, o ano passado publicou "O Fim da Vergonha – Como a direita radical se normalizou", editado pela Gradiva, entretanto traduzido para a língua inglesa pela Oxford University Press. Nessa altura, ele analisou em entrevista ao Expresso o 'paradoxo' da extrema-direita: "[Estes partidos] têm a ganhar com a moderação, mas tipicamente isso acontece numa segunda fase: já tendo mobilizado uma porção da população, pode ter a ganhar em moderar-se para chegar ao eleitorado mais centrista. No entanto, é importante realçar que a moderação acaba muitas vezes por trazer um dilema para a direita radical. Quanto mais se moderar, mais corre o risco de que as secções mais extremistas do seu eleitorado fiquem insatisfeitas com a sua mudança ideológica e que um novo partido apareça à sua direita."

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