Sociedade

Caso Boaventura: Ministério Público abre investigação após relatório que descreve condutas criminosas no CES

Caso Boaventura: Ministério Público abre investigação após relatório que descreve condutas criminosas no CES
Gonçalo Rosa da Silva

Ministério Público, além do relatório, tomou em consideração uma carta enviada pelo coletivo de vítimas. Inquérito encontra-se no Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra

Caso Boaventura: Ministério Público abre investigação após relatório que descreve condutas criminosas no CES

Marta Gonçalves

Coordenadora de Multimédia

O Ministério Público abriu investigação após avaliar o relatório da comissão independente, constituída para investigar as suspeitas de assédio no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES) que envolviam Boaventura Sousa Santos e o seu assistente Bruno Sena Martins e que concluiu que houve “padrões de conduta de abuso de poder e assédio". Ao Expresso, o MP confirmou a abertura do inquérito após analise deste documento de uma carta enviada pelo coletivo de vítimas.

“Sobre a matéria, o Ministério Público recebeu o relatório da comissão independente do CES e uma carta do coletivo de vítimas. Estes dois documentos, após análise, deram origem a um inquérito que se encontra em investigação no Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra”, refere o MP numa curta nota após ter sido questionado.

Quase há um mês, o relatório chegou ao MP, no entanto, a abertura de investigação não foi imediata devido à necessidade de avaliar os crimes em causa. “Como se trata de um crime semipúblico, obriga a uma queixa por parte das vítimas”, explicou na altura fonte judicial. Só depois o MP pode abrir uma investigação.

Há um ano surgiram as suspeitas de má conduta sexual e assédio laboral, após a publicação de um texto assinado por três investigadoras de pós-doutoramento e estudantes de doutoramento cujo único ponto em comum no currículo era o CES. Foi evidente que o principal acusado era Boaventura Sousa Santos, e o próprio admitiu que o texto era sobre si. Agora, a comissão independente concluiu que houve “padrões de conduta de abuso de poder e assédio”. Nas 114 páginas, os nomes de Boaventura ou do assistente nunca são referidos.

“Da análise de toda a informação reunida, bem como das versões entre as pessoas denunciantes e pessoas denunciadas, que foram compatíveis entre si, indiciam padrões de conduta de abuso de poder e assédio por parte de algumas pessoas que exerciam posições superiores na hierarquia do CES”, pode ler-se nas conclusões.

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