Sociedade

Depois de um percurso pacífico, manifestação em Lisboa registou confrontos com a polícia

Depois de um percurso pacífico, manifestação em Lisboa registou confrontos com a polícia
NUNO FOX

Ao final da tarde, a manifestação em Lisboa pela habitação envolveu confrontos entre alguns manifestantes e a polícia

A manifestação em Lisboa pelo direito à habitação foi pacífica e assim se manteve até à chegada ao Martim Moniz. Ecoaram-se cânticos, ergueram-se cartazes e tocaram-se tambores.

Ao final da tarde, a situação escalou para confrontos entre os manifestantes e a polícia, perto do Supermercado Oriental, onde duas raparigas estiveram detidas cerca de duas horas, depois de ter sido apanhadas pela polícia a vandalizar algumas montras de lojas.

Em comunicado, a PSP negou que as mulheres tenham estado detidas, até porque não foi recebida queixa dos proprietários dos edifícios e o alegado crime é semipúblico. “Os polícias que procediam à abordagem foram cercados e atacados, através de agressões físicas, com contato direto, do arremesso de pedras e de garrafas de vidro, pelo que optaram por entrar num supermercado ali existente, para se protegerem e protegerem as duas manifestantes abordadas”, descreve o Comando Metropolitano da PSP. É ainda indicado que outros manifestantes tentaram forçar entrada no supermercado e que isso motivou o uso de força.

As pessoas reunidas à frente do supermercado pediam “liberdade para as nossas companheiras”, mas a polícia não aceitou libertá-las. De repente, uma movimentação da polícia no sentido de afastar a multidão da porta do supermercado, onde três polícias mantinham a porta franqueada, levou às primeiras cenas de caos, com bastões a voar na direção dos manifestantes, e garrafas de vidro a aterrar em cima das fileiras da polícia de choque, entretanto chamada para reforçar a segurança. Pelo menos 50 membros da polícia de choque estiveram cerca de uma hora e meia à frente do supermercado. À volta da praça do Martim Moniz estavam dispostas várias carrinhas de intervenção.

Veja aqui vídeos da tensão que se viu no local.

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O local contava com forte aparato policial.

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Ainda houve mais alguns episódios de tensão, com empurrões, e gritos dos manifestantes, que acusam a polícia de ter subido umas escadas ao lado do supermercado para bater nos manifestantes - "fascistas"!, “ninguém gosta de vocês” e “bófia não, sim à habitação” foram alguns dos gritos ouvidos na rua, que no fim da noite, pelas 23h30, não mostrava qualquer sinal das cenas da tarde. Tudo estava limpo. Apenas duas carrinhas da polícia continuavam estacionadas na praça, já que os concertos que foram marcados para o fim da manifestação ainda estavam a decorrer.

A PSP informou também que “um dos polícias foi ferido na face, um outro polícia ficou com diversas dores nos membros" e que vários foram atingidos por garrafas. Dois motociclos e duas viaturas policiais também foram danificados, segundo o comunicado.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt

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