Sociedade

Um “buraco” com uma renda de €100: durante dois anos, Diana e o filho chamaram casa a uma arrecadação sem luz, água, WC ou cozinha

25 março 2023 23:09

Diana Sofia Alvelos na casa social onde vive com o filho, de 16 anos, atribuída há três meses pela Câmara Municipal de Cascais

O buraco foi a última morada da família monoparental, antes de a Câmara de Cascais lhes atribuir o imóvel a custos controlados, pelo qual paga €207 por mês mais despesas

25 março 2023 23:09

Na primeira noite, 24 de janeiro, Diana Sofia dormiu lá sozinha, na casa quase vazia, sem mobília, água ou luz. Só ela, no chão de cerâmica cinza, em cima de um magrinho colchão de ioga desenrolado, e a um canto do quarto a meia dúzia de caixas plásticas onde conseguiu embalar toda a sua vida de 34 anos e a do filho, de 16. Esperou 15 anos por aquela chave, com que abriu o rés do chão de dois quartos, de sala mínima com kitchenette, WC, um apartamento só pequeno aos olhos de quem não tem um termo de comparação menor. E ela tem vários.

“Jurei que não voltava para aquele buraco. Fui lá buscar o pouco que tínhamos, duas viagens numa carrinha pequena chegaram, o meu filho ficou com amigos, e eu vim para casa”, conta Diana. O buraco foi a última morada da família monoparental, antes de a Câmara de Cascais lhes atribuir o imóvel a custos controlados, pelo qual paga €207 por mês mais despesas. O buraco era uma arrecadação de um prédio de Cascais, onde viveram dois anos e meio, mãe e filho sem luz, água, casa de banho, cozinha, nada, e pelo qual pagavam €100 de renda.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.