24 março 2023 23:42
Quando se iniciou a batalha judicial, Maria Madalena de Jesus era a madre superiora da Pia União e tinha ainda quatro irmãs “em religião”
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Disputa judicial à volta de um património avaliado em €5 milhões terminou agora. Supremo deu razão a uma religiosa, de 93 anos, que enfrentou o bispo de Leiria-Fátima
24 março 2023 23:42
A via-sacra de Maria Madalena de Jesus durou 17 anos, com um percurso diferente do de Cristo: em vez de percorrer o caminho da cruz, esta religiosa já nonagenária — a última sobrevivente da Pia União das Escravas do Divino Coração de Jesus — teve de cumprir todas as estações judiciais para vencer uma guerra que decidiu travar contra a Igreja, a que dedicou a sua vida depois de ter abandonado o conforto do lar e o nome com que nasceu há 93 anos: Gabriela Prieto Ferreira.
Após várias decisões contraditórias, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, em janeiro deste ano, que a Pia União é uma “associação privada de fiéis” que pode dispor “livremente” dos seus bens, mesmo que isso vá contra a vontade da Igreja ou, neste caso concreto, da diocese de Leiria-Fátima. Em causa está o que resta de um património imobiliário avaliado em mais de €5 milhões que a Pia União pretende passar para a esfera de uma fundação gerida pelo sobrinho de Maria Madalena. A Igreja opõe-se, pois considera “estar em risco a perda dos bens de elevado valor da Pia União” em favor de uma fundação “meramente civil”, que “não lhe sucedeu nos fins religiosos e nos objetivos que lhe davam sentido”.