Nestas quarta e quinta-feira, a PSP reúne no Porto dirigentes desportivos, claques, árbitros, jogadores, investigadores e jornalistas para discutir a violência no desporto e quais poderão ser os caminhos para a reduzir.
A quarta edição do fórum “Estádios de Sítio” propõe abrir o debate, enriquecido pela experiência da PSP na gestão da segurança de grandes eventos desportivos, numa altura em que se discute o novo regime jurídico de combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espectáculos desportivos. O diretor nacional da PSP, Superintendente-Chefe Magina da Silva, será ouvido na quinta-feira na Assembleia da República a este respeito.
No evento marcarão presença, entre outros intervenientes, Lucília Gago, Procuradora-Geral da República e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
Iuri Rodrigues, subintendente e membro da organização do “Estádios de sítio”, diz ao Expresso que “O problema [da violência] é centenário. Há registros ainda no século XVII, em Inglaterra, de violência associada a eventos desportivos, mas sobretudo a partir do século XX. E desde então a preocupação passou a ser de contenção dos atos violentos. O Euro 2004 foi o ponto de viragem, porque pela primeira vez foi abordada uma perspetiva diferente que resulta, porque se verificou uma diminuição da violência”.
Uma reflexão precisa-se
Na opinião da PSP, uma das causas da dificuldade no combate a estes atos é a existência de uma certa normalização na sociedade de algumas atitudes violentas, como o insulto aos árbitros, que depois são mimetizadas por pais de crianças em treinos e jogos.
“Continuam a existir grupos de maior dimensão que provocam desacatos e até crimes por questões tão fúteis como ser de um clube diferente. Muitas vezes os clubes aprovam estes comportamentos”, continua o subintendente.
“O que defendemos na PSP é que, de facto, tem de haver uma responsabilização. Propomos tratar com uma descriminação positiva as claques que se portam bem, em ações como a oferta de bilhetes mais baratos. Também consideramos que os clubes deveriam falar publicamente sobre esses desacatos, tal como o fazem recorrentemente para comentar uma má prestação de um árbitro. Muitas vezes os clubes aprovam estes comportamentos”.
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