Lisboa: Moedas assina acordo que limita número de trotinetas, velocidade de circulação e cria espaços de estacionamento (saiba o que muda)
O maior uso de trotinetas tornou-se importante na mobilidade urbana, mas requer ajustes para evitar que ocupem passeios e bloqueiem acessos
Presidente da Câmara diz que queria limite de velocidade mais baixo, mas que “a vida é feita de compromissos”. Moedas deixou ainda uma exigência ao Governo
A Câmara de Lisboa assinou esta segunda-feira um acordo com as cinco operadoras de trotinetas na cidade para regular o número, a velocidade de circulação e o estacionamento destes veículos. O acordo é temporário, uma vez que Lisboa prepara há meses o Regulamento da Mobilidade Partilhada, e, no que diz respeito ao estacionamento, entrará em vigor no máximo em 60 dias.
O anúncio foi feito por Carlos Moedas nos Paços do Concelho, com representantes das cinco operadoras, a Lime, a Whoosh, a Bolt, a FastBird Rides e a Superpedestrian. Em linhas gerais, o documento resolve os três problemas que Moedas disse que identificou quando tomou posse.
O primeiro era o número de veículos. Moedas contou que, em reunião com responsáveis espanhóis do sector, foi-lhe dito que a capital Madrid tem cerca de seis mil trotinetas em circulação. “Lisboa tem mais de 15 mil”, afirmou. Com o acordo, passa a haver dois limites, um para o inverno e outro para o verão. “De 1 de novembro até 31 de março, o máximo permitido é de 1500 trotinetas por operador”, ou seja, 7,5 mil em toda a cidade. No verão, o limite sobe para 8750, isto é, 1750 por operador.
O segundo problema, explicou Moedas, era o estacionamento. A partir de agora, “vamos ter trotinetas bem estacionadas e vai ser proibido estar estacionado nos monumentos, passeios”, etc. As operadoras comprometem-se assim a criar mecanismos que impeçam que as viagens terminem fora dos locais de estacionamento obrigatório, chamados “hotspots”, aplicando multas a quem não cumpra. O presidente adiantou que a Câmara tem agora 60 dias para comunicar os locais desses hotspots.
A “velocidade excessiva” é o terceiro problema, que tem “criado um problema de segurança”. Moedas afirmou que queria um limite de velocidade mais baixo, mas que o acordo só permitiu chegar ao máximo de 20 km/h (limite extensível às bicicletas). E aproveitou a deixa para voltar a falar em baixar a tensão em Lisboa. “A vida é feita de compromissos”, e Moedas repete que não quer “política de fricção”.
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Embora com essa nota habitual sobre a necessidade de diálogo, Moedas deixou uma exigência dirigida ao Governo. “O presidente da Câmara tem de ser o responsável pelo licenciamento desta atividade", caso contrário, “não tem instrumentos para atuar eficazmente”.
Moedas quer que essa competência de licenciamento passe para as autarquias, porque nesta altura, queixou-se, “qualquer pessoa pode lançar uma nova empresa de trotinetas”.
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