11 dezembro 2022 8:21

A máscara dos dembos, o “Deus da Guerra” e a panela kaingang
d.r.
Inventariação para saber de que forma as peças chegaram a Portugal já começou
11 dezembro 2022 8:21
Há uma semana, em Bruxelas, o ministro da Cultura voltou a defender a necessidade de se proceder a uma detalhada inventariação das origens das obras que integram os acervos dos museus nacionais. Pedro Adão e Silva garantiu ainda aos jornalistas que, até àquele momento, não existiam pedidos de devolução por parte de países originários nem eram conhecidas peças com percursos problemáticos, ou seja, que tivessem chegado a Portugal associadas a um contexto de violência, usurpação ou desequilíbrio de poder. No entanto, na altura já tinham sido identificadas duas obras com estas características no Museu Nacional de Arqueologia (MNA), em Lisboa, e outra no Museu Municipal Santos Rocha (MMSR), na Figueira da Foz.
O projeto Transmat — Materialidades Transnacionais (1850-1930): Reconstituir Coleções e Conectar Histórias, financiado com fundos públicos da Fundação para a Ciência e Tecnologia entre 2020 e 2024, está a realizar uma minuciosa identificação de bens culturais no MNA e no MMSR para saber como e quando as peças etnográficas chegaram a Portugal, quem as recolheu e com que objetivo foram deslocadas dos seus lugares de origem para estas instituições. Como se pode ler na apresentação do projeto, o foco da investigação está “nas importantes, e em parte desconhecidas, coleções transnacionais” dos dois museus, fundados ambos no fim do século XIX.