9 dezembro 2022 17:01

rui duarte silva
Sobrecarga. Os profissionais mais novos rejeitam-na, os do internato desistem e os mais velhos saem para o privado. A falta de atratividade da medicina interna está a provocar o caos nas urgências em Lisboa
9 dezembro 2022 17:01
Quase uma em cada três vagas para formação dos futuros médicos internistas ficou por preencher (29%). No próximo internato médico desta especialidade, a partir de janeiro, serão 67 os lugares vazios, de um total de 235 disponíveis. A percentagem mais do que duplicou face ao ano passado, tendo sido 2021 o primeiro ano em que, havendo mais candidatos do que vagas, ainda sobraram lugares.
Os médicos estão a rejeitar a especialidade que é o pilar da medicina hospitalar — e das urgências. São estes especialistas que asseguram o atendimento a doentes agudos, além de coordenarem as urgências, as unidades de diagnóstico rápido, a hospitalização domiciliária, o hospital de dia, a consulta diferenciada, os cuidados paliativos, a gestão de altas, entre outras valências. Mas o afastamento dos mais novos, traduzida na rejeição de vagas para se especializarem nesta área, apresenta diferentes matizes consoante a zona do país. O Alentejo, os Açores e Lisboa e Vale do Tejo (LVT) apresentam as conjunturas mais preocupantes, com mais de metade das vagas a ficarem vazias (ver gráfico).