8 dezembro 2022 20:00
ana baiao
A jovem de 30 anos que passou meia vida com insuficiência pulmonar foi salva a horas de morrer. Mais de dois meses depois, já conversa sem lhe faltar o fôlego e sonha sem barreiras de oxigénio. A lei não permite, mas Isabel Bapalpeme queria muito agradecer à família do dador
8 dezembro 2022 20:00
Finalmente, Isabel consegue respirar sozinha. Mais de dois meses depois do transplante pulmonar, já não está presa à máquina de oxigénio de que durante anos dependeu para se manter viva. Consegue falar sem pausas para ganhar fôlego, sair da cama, andar e até tomar banho sem ajuda. A cada semana, há novas conquistas. Quando se levanta parece mais alta, já não está curvada para se proteger da dor. A voz ainda lhe sai baixinha, mas a jovem guineense não lhe dá tréguas. Quer dizer tudo aquilo que a doença a obrigou a calar. Vivia num silêncio forçado. “Não conseguia acabar uma frase, o coração disparava às primeiras palavras. Estava cansada até em repouso. Agora o que mais quero é falar. Ver gente, conversar muito.”