Sociedade

Nuno Fazenda anuncia apoios de 100 milhões de euros às empresas de turismo

Nuno Fazenda anuncia apoios de 100 milhões de euros às empresas de turismo
ARTV

Na primeira intervenção como secretário de Estado de Turismo, Nuno Fazenda anunciou uma série de medidas para o turismo, incluindo uma agenda dedicada à mão-de-obra e à valorização profissional no sector

Na primeira missão pública como secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda foi ao congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que começou esta quinta-feira e decorre até 11 de dezembro em Ponta Delgada, anunciar novos apoios às empresas de turismo, que até ao início de 2023 irão totalizar 100 milhões de euros.

“Temos uma guerra na Europa e uma crise energética, temos de continuar a apoiar as empresas turísticas nesta conjuntura difícil”, salientou Nuno Fazenda, lembrando que “2023 é um período difícil e com alguma incerteza”, e que é fundamental “apoiar um sector que é absolutamente estratégico para o país”.

O novo secretário de Estado do Turismo anunciou que o Governo irá disponibilizar, em janeiro de 2023, uma nova linha para as empresas de turismo com uma dotação de 30 milhões de euros, “que permite que as micro-empresas possam financiar-se junto do Turismo de Portugal com um prazo total de reembolso de seis anos”.

Esta linha estará disponível para as empresas se candidatarem “nos primeiros dias de janeiro”, sendo um objetivo enfatizado por Nuno Fazenda que o dinheiro chegue rapidamente às empresas.

Até ao fim do ano, o Governo vai também avançar com um reforço do programa Apoiar, disponibilizando às empresas do sector mais 70 milhões de euros, avançou ainda Nuno Fazenda. “Estas duas medidas, totalizando um pacote de 100 milhões de euros para as empresas, dão uma resposta às reivindicações justas do sector e para resistir a uma conjuntura difícil”, garantiu o governante, referindo que estas verbas ficarão disponíveis para as empresas já em 2022.

Outro anúncio avançado por Nuno Fazenda foi que o Governo vai criar uma Agenda para a Valorização dos Recursos Humanos “para atraír talento a Portugal” nos primeiros meses do próximo ano.

“Nos primeiros meses do ano vamos apresentar uma agenda para o trabalho na área do turismo, estamos atentos ao problema da falta de mão-de-obra no sector”, realçou o secretário de Estado, adiantando que os objetivos passam “pela qualificação de pessoas, valorização das profissões, melhorar os rendimentos e salários", também na mira de “tentarmos ser mais ágeis para os que querem vir trabalhar para Portugal”. O processo inclui “apoiar as empresas para contratação no turismo”.

O secretário de Estado do Turismo deixou palavras de apreço à sua antecessora, Rita Marques. “Obrigado, Rita, por todo o teu trabalho e empenho em prol do turismo”, sublinhou Nuno Fazenda na intervenção de abertura do congeresso da APAVT, prometendo à plateia de agentes do sector do turismo e viagens: "Contem comigo para, em conjunto, podermos continuar a afirmar Portugal como um destino de excelência.

O recém eleito secretário de Estado do Turismo foi saudado pelos responsáveis do turismo presentes no congresso, que também não pouparam elogios a Rita Marques. “Foi a Rita que esteve ao leme no momento mais difícil das nossas vidas empresariais e, sem ela, não tínhamos conseguido chegar a porto seguro”, frisou Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, referindo-se aos apoios excecionais obtidos para o turismo nos anos duros da pandemia covid-19.

Costa Ferreira realçou que o sector das agências de viagens vai fechar 2022 com os resultados de 2019, o melhor ano de sempre, mas “sem esquecer que perdemos seis anos de resultados em 2020 e 2021” devido ao impacto da pandemia de covid-19, e que as empresas, sobretudo as PME, continuam a precisar de apoios à capitalização.

Custos da indecisão sobre o aeroporto expostos na 2ª Circular, promete a CTP

O sucesso do turismo português em 2022 e “a sua competitividade a nível internacional podem estar em perigo”, advertiu o presidente da associação das agências de viagens, colocando a tónica na “situação vergonhosa das acessibilidades aéreas de Lisboa” e instando os políticos a tomarem uma decisão rápida sobre o novo aeroporto.

“Façam o que ainda é possível fazer: obras na Portela”, exortou o presidente da APAVT, frisando que não é solução para a falta de um novo aeroporto em Lisboa, mas permite uma “mitigação deste processo tão trágico [a demora na decisão]”.

“Todos nós partilhamos a vergonha de estarmos há mais de 50 anos à espera de uma decisão sobre o aeroporto”, reiterou Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP).

Lembrando que a confederação do turismo fez um estudo que quantificou em 6,8 mil milhões de euros até 2027 os custos para Portugal associados à não decisão sobre o novo aeroporto em Lisboa, Francisco Calheiros adiantou que "estes resultados vão estar expostos na 2ª circular [em Lisboa] de forma atualizada, para que os portugueses tenham noção de quanto custa ao país, a cada dia que passa, esta não decisão.

Francisco Calheiros sublinhou ainda que, em relação à proposta do Governo para a semana de trabalho de quatro dias, no caso do turismo significaria uma perda de 20% da produtividade: “num momento em que há pleno emprego e o sector se ressente com falta de mão-de-obra, não faz sentido”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: cantunes@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas