Sociedade

Chefes da urgência do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, apresentam demissão

Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada
Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada
©AORMEDIA/Eduardo Costa

Demissões somam-se à de outros chefes de equipa de outros hospitais do país

Os chefes de equipa da urgência do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, nos Açores, apresentaram esta quarta-feira a demissão, apurou o Expresso, na sequência de uma notícia da SIC. O hospital ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Estas demissões somam-se à de outros chefes de equipa de serviços de urgência de hospitais em Portugal continental.

Na terça-feira, os chefes e subchefes das equipas do Serviço de Urgência de Medicina do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) apresentaram a sua demissão, argumentando estar em causa a qualidade dos cuidados prestados e a “segurança" dos utentes.

Numa carta dirigida às chefias e à administração do hospital, divulgada pelo Sindicato Independente dos Médicos, os chefes demissionários — 44 no total — sublinham que as condições de trabalho dos profissionais "não são toleráveis", o que não permite assegurar a "segurança" dos utentes.

Os signatários da carta criticam "as ausência de rumo e de estratégia" numa altura de "elevadíssima pressão na atividade assistencial", devido ao inverno.

Também criticam a falta de "abertura" do hospital para acolher as "múltiplas propostas de reestruturação submetidas ao longo dos últimos anos", perpetuando-se assim "deficiências há muito identificadas".

Após as demissões, a administração do hospital admitiu que a maior procura das urgências nas últimas semanas "representa um desafio adicional para as equipas" e afirmou estar disponível para implementar medidas adicionais ao plano de contingência de inverno.

Numa nota enviada à Lusa, a administração explicou que estão a ser alargados os horários de atendimento complementar nos centros de saúde dos concelhos de Amadora e Sintra, o que deverá "diminuir a afluência ao serviço de urgência" do hospital. Também referiu que o espaço físico das urgências foi aumentado, permitindo uma melhoria das condições de "segurança" e "conforto" dos utentes e profissionais, e que foram contratadas "83 camas no exterior".

Chefes do Garcia de Orta demitem-se em protesto contra escala de dezembro

No dia anterior, segunda-feira, os chefes de equipa do Serviço de Urgência Geral (SUG) do Hospital Garcia de Orta, em Almada, apresentaram a sua demissão em protesto contra a escala de dezembro, que consideraram estar "abaixo dos mínimos".

Numa carta dirigida ao diretor clínico do hospital, à presidente do Conselho de Administração e à diretora das urgências, explicaram que na escala prevista para dezembro há vários dias em que o número de elementos — um ou dois apenas — não permite assegurar o bom funcionamento do serviço.

"Não podemos como chefes de equipa, assistentes hospitalares de medicina interna e médicos deste hospital aceitar chefiar uma equipa de urgência nas presentes condições de trabalho e paupérrimas condições de prestação de cuidados no SUG como se encontram atualmente", salientam na carta que foi divulgada pelo Sindicato Independente dos Médicos.

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