Chefes da urgência do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, apresentam demissão

Demissões somam-se à de outros chefes de equipa de outros hospitais do país
Demissões somam-se à de outros chefes de equipa de outros hospitais do país
Os chefes de equipa da urgência do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, nos Açores, apresentaram esta quarta-feira a demissão, apurou o Expresso, na sequência de uma notícia da SIC. O hospital ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Estas demissões somam-se à de outros chefes de equipa de serviços de urgência de hospitais em Portugal continental.
Na terça-feira, os chefes e subchefes das equipas do Serviço de Urgência de Medicina do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) apresentaram a sua demissão, argumentando estar em causa a qualidade dos cuidados prestados e a “segurança" dos utentes.
Numa carta dirigida às chefias e à administração do hospital, divulgada pelo Sindicato Independente dos Médicos, os chefes demissionários — 44 no total — sublinham que as condições de trabalho dos profissionais "não são toleráveis", o que não permite assegurar a "segurança" dos utentes.
Os signatários da carta criticam "as ausência de rumo e de estratégia" numa altura de "elevadíssima pressão na atividade assistencial", devido ao inverno.
Também criticam a falta de "abertura" do hospital para acolher as "múltiplas propostas de reestruturação submetidas ao longo dos últimos anos", perpetuando-se assim "deficiências há muito identificadas".
Após as demissões, a administração do hospital admitiu que a maior procura das urgências nas últimas semanas "representa um desafio adicional para as equipas" e afirmou estar disponível para implementar medidas adicionais ao plano de contingência de inverno.
Numa nota enviada à Lusa, a administração explicou que estão a ser alargados os horários de atendimento complementar nos centros de saúde dos concelhos de Amadora e Sintra, o que deverá "diminuir a afluência ao serviço de urgência" do hospital. Também referiu que o espaço físico das urgências foi aumentado, permitindo uma melhoria das condições de "segurança" e "conforto" dos utentes e profissionais, e que foram contratadas "83 camas no exterior".
No dia anterior, segunda-feira, os chefes de equipa do Serviço de Urgência Geral (SUG) do Hospital Garcia de Orta, em Almada, apresentaram a sua demissão em protesto contra a escala de dezembro, que consideraram estar "abaixo dos mínimos".
Numa carta dirigida ao diretor clínico do hospital, à presidente do Conselho de Administração e à diretora das urgências, explicaram que na escala prevista para dezembro há vários dias em que o número de elementos — um ou dois apenas — não permite assegurar o bom funcionamento do serviço.
"Não podemos como chefes de equipa, assistentes hospitalares de medicina interna e médicos deste hospital aceitar chefiar uma equipa de urgência nas presentes condições de trabalho e paupérrimas condições de prestação de cuidados no SUG como se encontram atualmente", salientam na carta que foi divulgada pelo Sindicato Independente dos Médicos.
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