
O livro “Gerês, Fronteira Selvagem”, agora publicado, mostra alguns dos mais belos e menos conhecidos aspetos do Parque Nacional da Peneda-Gerês, criado há meio século
O livro “Gerês, Fronteira Selvagem”, agora publicado, mostra alguns dos mais belos e menos conhecidos aspetos do Parque Nacional da Peneda-Gerês, criado há meio século
Quando, em 1904, o regente agrícola Tude Martins de Sousa chegou às Caldas do Gerês e dirigiu a construção da estrada das termas para o miradouro da Pedra Bela, maravilhou-se com o que viu e disse: “esta paisagem era merecedora de um parque nacional." Muitos outros o disseram mas será preciso esperar pela lei 9/70 de 19 de junho para haver política de proteção da natureza em Portugal.
Em maio de 1971, com um século de atraso sobre os EUA, meio século sobre a Espanha e sete anos sobre a França, era criado o Parque Nacional da Peneda-Gerês, com 70 mil hectares. Estendia-se desde noroeste, ou seja do planalto de Castro Laboreiro ao da Mourela já às portas de Montalegre, tendo pelo meio as serras Amarela, da Peneda, do Soajo e do Gerês e sendo atravessado por rios como o Lima, o Homem ou o Cávado.
Passados 51 anos o Parque, visto da Pedra Bela, da Boneca ou de Pitões das Júnias continua a deslumbrar-nos, ainda que enfrente diversas ameaças, a pior das quais é a dos incêndios. Miguel Dantas da Gama trocou há mais de dez anos uma carreira de engenheiro eletrotécnico pela de estudioso e defensor do Gerês, coisa que faz observando, fotografando e desenhando. E também editando livros, o último dos quais é “Parque Nacional da Peneda Gerês – Fronteira Selvagem” (edição Canhões de Pedra).
É um livro profusamente ilustrado que nos mostra o Gerês como nunca o vimos: as paisagens grandiosas de montanha, as margens dos rios, os bosques encantados e os seres vivos que os tornam únicos, desde as mais humildes plantas às aves de rapina, dos centenários azevinhos às recém-regressadas cabras montesas (haviam sido dadas como extintas em território luso finais do século XIX).
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