Sociedade

No Porto, criou-se um dispositivo que prevê doenças cardíacas. Como? A partir de uma pequenina gota de sangue

23 outubro 2022 23:47

O protótipo vai ter a primeira prova de fogo com o projeto Care-In-Health, que envolve 100 mil doentes cardíacos de Itália, França e Suécia, e é o mais recente exemplo de tecnologias de monitorização remota criadas em Portugal

23 outubro 2022 23:47

Com três microlitros de sangue se faz um diagnóstico. E no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S), da Universidade do Porto, há a expectativa de fazer história com um dispositivo que faz rastreios e prevê a evolução de doenças cardíacas a partir de casa com uma simples gota de sangue. O protótipo vai ter a primeira prova de fogo com o projeto Care-In-Health, que envolve 100 mil doentes cardíacos de Itália, França e Suécia, e é o mais recente exemplo de tecnologias de monitorização remota criadas em Portugal. “Se houver forma de identificar moléculas que indiciam uma doença cardio­vascular, seguramente que conseguimos criar um dispositivo inovador”, garante a responsável Inês Mendes Pinto.

O Care-In-Health conta com um investimento de €7 milhões e é coordenado pelo Instituto Francês de Saúde e Investigação Médica. O projeto de cinco anos tem por objetivo maior a identificação de moléculas que circulam no sangue e são indiciadoras de doenças cardiovasculares, mas escapam às análises dos laboratórios. Com o estudo de amostras de 100 mil doentes cardíacos, os investigadores acreditam ficar em condições de identificar relações entre essas moléculas e a ocorrência de doenças — e eventualmente prever os resultados de terapias ao longo do tempo.
O dispositivo do I3S vai ser usado nos hospitais que participam no Care-In-Health como ferramenta de recolha de dados, mas a experiência pode abrir caminho a um produto. “A expectativa é que, em cinco anos, possamos ter um protótipo para usar fora dos hospitais. Depois de garantirmos testes clínicos e certificações, poderemos avançar para o licenciamento”, prevê Inês Mendes Pinto.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.