Sociedade

“Parte de mim queria morrer, mas queria matar algumas pessoas antes”: as confissões de João, o jovem que planeou o atentado à universidade

18 outubro 2022 10:05

Rui Gustavo

Rui Gustavo

Jornalista

João Real admitiu que queria matar e morrer, mas a defesa diz que não iria cometer o ataque que planeou minuciosamente. Republicação do trabalho da edição de sexta-feira do Expresso, no dia em que começa o julgamento do jovem

18 outubro 2022 10:05

Rui Gustavo

Rui Gustavo

Jornalista

Apesar de ser o mais novo da sala, João Real era o único que sabia do que estava a falar: redes sociais semiclandestinas, banda desenhada japonesa (manga) ultraviolenta e genealogia detalhada dos mais famosos mass murderers, os homens que matam e querem morrer. O suspeito de planear um ataque armado suicida na Faculdade de Ciências de Lisboa foi preso em fevereiro deste ano, antes de poder executar o plano que afixou na parede do quarto onde vivia e foi internado na ala psiquiátrica do Hospital-Prisão de Caxias. Quatro meses depois, a 25 de junho, aceitou falar às autoridades e confessou os atos que levaram o Ministério Público a acusá-lo de dois crimes de terrorismo e posse de arma proibida. “Parte de mim queria morrer. Mas queria matar algumas pessoas antes”, disse o suspeito que admitiu querer matar entre “três” e “dez” vítimas escolhidas ao acaso para se tornar o assassino em massa mais famoso de Portugal. “Seria fixe.”

O interrogatório foi conduzido pela procuradora Felismina Carvalho, especializada em crime violento, que não escondia o espanto com os nomes que lhe iam aparecendo à frente no relatório assinado por um coordenador da Polícia Judiciária, que também estava presente na sala. “Pffuuf, isto são coisas”, soprava a magistrada em aparente desespero.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.