O Hospital de La Paz (hospital público de Madrid) realizou um transplante de intestino inédito numa bebé com 13 meses. Segundo o El País, a paciente recebeu o órgão de uma pessoa morta em paragem cardiorrespiratória.
Este tipo de procedimento já podia ser realizado com dadores em morte cerebral, mas não em casos de paragem cardiorrespiratória. O transplante nestas circunstâncias não era feito por se acreditar que o órgão estaria inviável, não havendo contudo estudos para confirmar que esse era de facto o caso.
A inovação resulta de três anos de investigação do IdiPAZ (instituto de investigação do hospital) no sentido de compreender efetivamente a viabilidade deste tipo de procedimento nestes casos.
Nos casos de morte cerebral, a viabilidade dos órgãos e tecidos é assegurada com recurso à ventilação até ao momento da colheita. O que este estudo mostrou é que é possível fazer esta preservação através da ECMO (oxigenação por membrana extracorporal), uma técnica que recorre a uma bomba externa para fazer circular o sangue através de um pulmão artificial antes de o devolver à corrente sanguínea.
Como destacaram as autoridades do governo regional madrileno numa conferência de imprensa esta segunda-feira, esta técnica irá “tornar possível a utilização de órgãos que de outra forma se perderiam”.
As autoridades afirmaram igualmente que a paciente transplantada já teve alta e está bem de saúde. Antes de ser submetida ao transplante, a bebé encontrava-se bastante debilitada, depois de lhe ter sido diagnosticado mau funcionamento do intestino logo no primeiro mês de vida.
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