O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues, afirmou esta sexta-feira que a taxa de gestão de resíduos (TGR) "não se revela muito eficaz" e resulta num "incremento" de despesa para os municípios.
"Verdadeiramente, o que aconteceu na AMP e nas demais CIM [Comunidades Intermunicipais] do país foi que, quem internalizou esse aumento foram os municípios e, portanto, das duas uma, ou temos capacidade para fazer ações pedagógicas, de sensibilização, melhorar o sistema de recolha, e para isso precisamos de investir, ou então temos de investir a pagar taxas", afirmou Eduardo Vítor Rodrigues, à margem da reunião do Conselho Metropolitano do Porto.
Aos jornalistas, o presidente da AMP disse ser "altura" de avaliar a implementação da TGR para projetar o ano de 2023 e perceber se "é verdade que imputar taxas aos cidadãos pode eventualmente ajudar a alterar comportamentos".
"A minha convicção é que mais depressa se alteram comportamentos fazendo boas ações pedagógicas e tendo bom serviço. Aí sim, o cidadão sente-se responsável. A mera lógica do pagar para mudar comportamentos é uma lógica que não se revela muito eficaz e é um incremento aos municípios que, sabendo disto, não imputam ao cidadão e internalizam no seu próprio orçamento os pagamentos", acrescentou.
Eduardo Vítor Rodrigues salientou ainda que os resultados da avaliação da implementação deste modelo nos 17 municípios da AMP permitirão "discutir com o Governo os ajustamentos devidos".
"Acho que vamos ser bem-sucedidos porque no fundo, unem-nos os mesmos objetivos, diminuir os resíduos indiferenciados, aumentar os biorresíduos e o seu tratamento, e aumentar os recicláveis", destacou.
A Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) é cobrada em função da quantidade de resíduos que são depositados em aterro, incinerados ou valorizados energeticamente.
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