Todos os 155 alunos que entraram este ano no curso de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto, tiveram uma nota de candidatura igual ou superior a 18,9 valores (numa escala de 0 a 20).
Foi esta a formação que na 1ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior exigiu as notas de ingresso mais altas. Os resultados acabam de ser divulgados e mostram que, em média e em comparação com igual etapa de 2021, as classificações exigidas desceram ligeiramente.
Se no ano passado, em dois cursos (Engenharia Aeroespacial no Técnico e Medicina no ICBAS) só se entrou com classificações superiores a 19 valores, desta vez isso não acontece com nenhum. Estes dois cursos mantêm-se, no entanto, como os mais exigentes no acesso.
Olhando para a lista das 10 notas mínimas mais altas, fica evidente o domínio da Universidade do Porto, reunindo cinco das médias mais elevadas. A instituição lembra mesmo que a UP é a “universidade com a mais alta nota de acesso ao Ensino Superior, ao registar 16,69 valores como média das notas de entrada dos seus 55 cursos”. De acordo com o comunicado da UP, apenas a Universidade Nova de Lisboa se aproxima deste número, com uma média de notas de entrada de 16,3.
O Instituto Superior Técnico, integrado na Universidade de Lisboa, é outra das escolas em destaque, aparecendo três vezes neste top 10. Além de Engenharia Aeroespacial e Física e Tecnológica, a sua licenciatura em Matemática Aplicada à Computação passou a figurar nesta lista.
No caso do Porto, a presença é reforçada com Arquitetura.
Tal como em 2021, a Universidade do Minho mantem-se representada neste grupo, com o seu mestrado integrado em Medicina e uma entrada direta de um curso que estreou este ano letivo: Engenharia Aeroespacial. Abriu 30 vagas e o último aluno a entrar fê-lo com média de 18,62 valores.
Economia e Gestão em alta
Para o reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, a “redução de notas médias de acesso e de notas máximas na generalidade das instituições (a sua instituição é uma das exceções) é um sinal positivo, pois indica que o sistema de atribuição de notas está mais aperfeiçoado”.
“Não somos um país de génios e algo está errado quando todos os alunos de um curso entram com médias do secundário de 19 valores e na primeira prova que fazem no ensino superior a distribuição de notas vai dos 6 aos 20, numa distribuição muito mais normal”.
Engenharia, Medicina, Veterinária, Arquitetura são algumas das áreas que viram as suas médias cair ligeiramente (o que ainda assim pode fazer toda a diferença no campeonato dos cursos onde as entradas se discutem às centésimas), mas no caso de Economia e de Gestão tal não aconteceu nas maiores escolas.
Em dois cursos de Economia (na Nova e na UP) só se entrou agora com médias superiores a 17 valores – 17,65 e 17,4, respetivamente – e o mesmo aconteceu com cinco cursos de Gestão (UP, Nova, Minho, Aveiro e ISCTE).
Apesar de todos estes cursos terem, naturalmente, as suas vagas preenchidas nesta 1ª fase do concurso, há sempre alunos que acabam por não se inscrever e libertar vagas para a 2ª fase. Estas serão conhecidas no dia 22 de setembro, podendo os estudantes candidatarem-se nesse momento ou reformularem as suas preferências. O que acontece é que uma vez que ainda estão menos lugares à disposição, as notas de entrada podem ser mais altas.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ILeiria@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes