Como parecia adivinhar na véspera o ministro do Ambiente e da Ação Climática, o Conselho de Ministros desta quinta-feira não correu bem no que toca à concretização de medidas para poupar energia. O plano de poupança de energia para 2022 e 2023 continua a não ser tornado público e terá de ser “reformulado”, já que nem todas as medidas agradaram aos colegas de Governo. As medidas só entram em vigor quando o plano final for aprovado
Duarte Cordeiro apenas anunciou que o plano dirige medidas obrigatórias para administração pública e recomendações para os municípios e para o sector privado e que resulta do trabalho feito pela ADENE (Agência para a Energia).
Entre o pouco que concretizou no briefing no final do Conselho de Ministros, o governante referiu que “haverá diminuição das horas em que luzes decorativas estão ligadas”, designadamente “depois da meia noite” e que haverá redução de consumos na climatização de edifícios.
Apesar de não concretizar quais, o ministro disse que “as medidas produzem efeitos positivos, porque permitem poupanças de consumos e poupanças financeiras”. Segundo Duarte Cordeiro, “o plano vai enquadrar medidas que já estavam a ser implementadas e acrescentar novas e “enquadra-se no compromisso de atingir uma meta de reduzir 5% de consumo face aos últimos cinco anos”. E que só haverá necessidade de “medidas de redução coerciva”, se a recomendação de redução de consumo de energia de 7% se vier a tornar mandatória.
Em resposta aos jornalistas, Duarte Cordeiro disse que houve uma reunião com a Associação Nacional de Municípios Portugueses e que esta revelou que “as medidas são desejadas” e que “o que interessa é que contribuam para acrescentar à poupança que já temos e que é muito significativa”
O ministro relembrou que os dados deste ano “revelam redução do consumo de 20% do gás, não considerando o que é usado para a produção elétrica” e que, “até final do ano conseguiremos atingir uma redução de 5% da média dos últimos cinco anos”, com acréscimo da potência de energia fotovoltaica e outras medidas do PRR.
Do Conselho de Ministros também saíram decisões que preveem criar “uma reserva estratégica de águas nas albufeiras associado a um critério adicional de segurança de energia”, anunciou Duarte Cordeiro. Será a APA que deverá determinar o nível desse caudal.
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