Sociedade

Artemis: 50 anos depois, a viagem de regresso à Lua é um apeadeiro para chegar a Marte

29 agosto 2022 7:52

André Manuel Correia

André Manuel Correia

textos

Jornalista

A Artemis I, viagem inaugural das três missões que integram o programa espacial da NASA para colocar a primeira mulher na Lua, deverá ser lançada esta segunda-feira

nasa

Cortiça nacional reveste o foguetão que empurra o regresso da Humanidade à Lua. Lançamento deve ocorrer esta segunda-feira, a partir das 13h33, hora de Portugal Continental

29 agosto 2022 7:52

André Manuel Correia

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“Escolhemos ir à Lua não porque é fácil, mas porque é difícil.” Eis as célebres palavras de John F. Kennedy que abriram caminho à mais hercúlea odisseia no espaço, à boleia do programa Apollo: em 1969, a missão Apollo 11 ficou eternizada pela primeira pegada no solo lunar de Neil Armstrong, onde cravou a bandeira dos EUA. Ao todo, a NASA realizou seis alunagens, nas quais 12 astronautas deram passos históricos. No entanto, nenhum humano põe lá os pés desde 1972.

Agora, 50 anos depois, arranca a primeira etapa do novo ciclo de viagens à Lua, com a missão inaugural do programa Artemis. O nome remete para dois gémeos mitológicos. “Apolo era o deus do Sol e Ártemis é a deusa da Lua”, nota Pedro Lacerda, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA). O simbolismo da campanha lunar reside, sobretudo, numa “componente muito social”, evidencia o astrofísico. “A sociedade está mais atenta às questões de igualdade de género e de diversidade cultural. É por isso que a NASA pretende colocar a primeira mulher e a primeira pessoa não branca na Lua”, comenta o cientista. Todavia, será preciso esperar até ao final de 2025 ou até 2026 para se assistir a outra caminhada lunar, mais inclusiva, quando for lançada a Artemis III, a última das missões. Antes, em 2024, a Artemis II parte para um sobrevoo lunar já tripulado.