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Loulé: lixeira continua em combustão após incêndio há mais de um mês, autarquia admite que há "emissão de partículas nocivas"

Loulé: lixeira continua em combustão após incêndio há mais de um mês, autarquia admite que há "emissão de partículas nocivas"
MÁRIO CRUZ

O autarca de Loulé diz ainda que estão a ser utilizados "todos os meios" para que empresa Inertegarve acabe com os focos em combustão na lixeira, "pois trata-se de uma situação de saúde pública"

O presidente da Câmara de Loulé disse esta quarta-feira que estão a ser utilizados "todos os meios legais" para que a empresa Inertegarve extinga os focos em combustão na lixeira em Vale da Venda, afetada por um incêndio em julho.

“Estamos a utilizar todos os mecanismos que legalmente são possíveis para que a empresa resolva a situação o mais rapidamente possível, pois trata-se de uma situação de saúde pública”, indicou à Lusa Vitor Aleixo.

O incêndio no depósito de resíduos da empresa Inertegarve resultou do fogo que deflagrou no dia 14 de julho em Gambelas, no concelho de Faro, e que se alastrou ao município vizinho de Loulé. Os bombeiros estiveram no local e o incêndio acabou por ser extinto.

Desde então, alguns resíduos de construção e demolição têm-se mantido em combustão, o que motivou, quatro dias depois, a suspensão parcial da licença de atividade da empresa por parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.

De acordo com o autarca, a combustão lenta de materiais no depósito “há mais de um mês continua a ser uma preocupação, devido à emissão de partículas nocivas, conforme voltou a constatar uma fiscalização dos serviços municipais realizada na segunda-feira passada”.

“Face à situação, enviámos uma carta à empresa a exigir a extinção dos materiais em combustão e manifestámos toda a disponibilidade dos meios municipais da Proteção Civil e dos bombeiros para ajudar na resolução do problema, caso a empresa não disponha dos meios necessários para o fazer, com a condição de o município ser depois ressarcido dos custos”, referiu.

Vitor Aleixo lamentou que até agora não tenha obtido “qualquer resposta ou contacto por parte da Inertegarve”, sublinhando que “a Câmara irá manter uma atitude pressionante até à resolução do problema”.

"Trata-se de um problema cuja resolução é da responsabilidade da empresa gestora da central, mas o município irá continuar, através de todos os mecanismos legais, a acentuar a pressão para que termine a combustão lenta dos resíduos no depósito", reafirmou.

Na segunda-feira, a Autoridade de Saúde Pública do Algarve determinou “a extinção imediata” dos focos de material em combustão.

A determinação da delegada regional de saúde foi expressa numa nota publicada na página da Internet da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, depois de conhecer o relatório de monitorização da qualidade do ar encomendado pela CCDR.

A medida cautelar surge “na sequência da confirmação dos resultados analíticos, dos parâmetros Partículas em Suspensão (PM10) e Benzeno, superiores aos valores indicativos utilizados por analogia como referência […]”, sustentou Ana Cristina Guerreiro.

A agência Lusa tentou obter uma posição da empresa Inertegrave, mas tal não foi ainda possível.

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