Proposta de "prémio" no Orçamento de Estado para autarquias com menos incêndios foi chumbada em 2021
Incêndio da Serra da Estrela vai ser investigado por Comissão Nacional para a Gestão Integrada de Fogos Rurais
A Agência para a Gestão dos Incêndios Florestais propôs que as autarquias com menos incêndios e menos floresta ardida recebessem um prémio. “Fizemos uma proposta para o Orçamento do Estado no sentido de rever a lei das transferências para as autarquias, incluindo fundos comunitários, para atribuir um prémio às que têm menos incêndios e menos floresta ardida. Fizemos essa proposta no ano passado, mas não passou”, revela, em entrevista ao “Diário de Notícias", o presidente da agência, Tiago Oliveira.
Tiago Oliveira acredita que “os incentivos para se trabalhar nesta matéria não devem ser perversos, ou seja, devem premiar quem faz bem e penalizar quem faz mal". "Não pode ser a lógica de que o concelho que mais ardeu tem mais carros de bombeiros”, sublinha.
O presidente da Agência para a Gestão dos Incêndios Florestais também coordena a Comissão Nacional para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, que vai fazer uma investigação aos grandes incêndios deste verão - e o fogo na Serra da Estrela será um dos que vai ser analisado.
"Não é uma comissão, é um grupo de trabalho técnico baseado em lições aprendidas e vai responder a uma comissão nacional que é um instrumento de governança do sistema", precisa o responsável, que pretende que se detetem aspetos que possam ser melhorados no combate e na prevenção de incêndios. “No mesmo dia, a cerca de 150 quilómetros, em Espanha, houve um incêndio que ardeu muito menos com meteorologia e vegetação semelhantes. É preciso perceber porquê”, destaca.
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