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Coração de D. Pedro vai ser exposto pela primeira vez, antes e depois de viagem ao Brasil

Técnicos do Instituto de Medicina Legal analisam o estado de conservação do coração, garantindo que está em condições de viajar para o Brasil
Técnicos do Instituto de Medicina Legal analisam o estado de conservação do coração, garantindo que está em condições de viajar para o Brasil
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"Absolutamente inédito", diz o historiador Francisco Ribeiro da Silva. Pela primeira vez em quase 200 anos, o coração do rei D. Pedro - que "poucas pessoas sabem que está no Porto e muito poucas viram" - vai ser exibido publicamente, antes e depois de viajar para o Brasil, para 'participar' na celebração dos 200 anos da independência. Foi montada no Porto uma megaoperação de segurança, que inclui também a avaliação técnica por parte de uma equipa de especialistas em medicina legal. O coração do rei "está em condições", garantem, e pode, por isso sair do mausoléu onde se encontra desde 1837

Para que os portuenses possam "ver o coração do seu rei", a Câmara Municipal do Porto decidiu expor a relíquia de D. Pedro IV - ou D. Pedro I, imperador do Brasil - nos dias 20 e 21 de agosto e nos dias 11 e 12 de setembro. O acontecimento é "absolutamente inédito", diz ao Expresso o historiador Francisco Ribeiro da Silva, e resulta de outro facto inédito: a primeira viagem do coração real, até ao Brasil, onde vai ter papel de destaque nas celebrações do bicentenário da independência do país.

Esta é uma longa e bizarra história, que envolve um rei e imperador do Brasil, uma morte repentina e uma original doação de um coração à cidade do Porto. Tudo isto se passou há quase 200 anos, mas D. Pedro IV - imperador do Brasil - voltou a ser notícia quando as autoridades brasileiras fizeram o pedido formal a Portugal para que fosse autorizada a viagem do coração real.

"Poucas pessoas sabem que o coração de D. Pedro está no Porto", assume Francisco Ribeiro da Silva e, até agora, "muito poucas o viram". Este académico e professor catedrático jubilado da Universidade do Porto é um especialista na matéria e também um dos 'mesários da Lapa', a equipa administrativa da Igreja onde se encontra o mausoléu com o coração real. A Irmandade da Lapa é formalmente a "guardiã" da relíquia, "mas o coração pertence à cidade, porque foi doado em testamento pelo próprio rei D. Pedro", em sinal de agradecimento pelo empenho dos portuenses na defesa do monarca, na altura das guerras liberais e do confronto com o seu irmão D. Miguel e o seu exército de 'absolutistas'.

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