26 junho 2022 15:48
karen toro/reuters
O Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa aplicou a medida de prisão preventiva a R., o homem suspeito de ser o braço operacional em Portugal de Sérgio Carvalho, ex-polícia militar detido na Hungria
26 junho 2022 15:48
O juiz de instrução criminal que ouviu R., o suspeito de tráfico de droga ligado a Sérgio Carvalho, o "Escobar brasileiro", não teve grandes dúvidas em aplicar ao suspeito a medida de coação mais gravosa permitida pelo Código de Processo Penal: prisão preventiva, a aguardar a acusação do Ministério Público no processo em que está a ser investigado por tráfico de droga agravado.
Segundo uma fonte policial, o homem, ainda jovem, é uma estrela em ascensão no submundo do crime em Portugal, sendo considerado pela PJ "o maior traficante nacional em atividade".
O perfil está longe de ser o convencional: usa tatuagens de traficantes internacionais como Pablo Escobar e "El Chapo" Guzman, celebrizados em filmes e séries da Netflix, anda com joias de ouro e diamantes ao pescoço e faz parte da nova geração de traficantes.
Pelo menos parte desta ascensão meteórica deve-se à ligação com Sérgio Carvalho, o traficante brasileiro detido esta semana num hotel na Hungria depois de uma fuga que durava desde 2018 e que passou durante dois anos por Lisboa.
De acordo com outra fonte, R. era o "braço operacional" do "Escobar brasileiro" em Portugal e responsável por escoar a cocaína que este importava da América do Sul.
O major Sérgio Carvalho também está em prisão preventiva enquanto espera que o Tribunal de Budapeste decida se o extradita para o Brasil, onde tem uma pena de trinta anos para cumprir.
Para já, Sérgio Carvalho opôs-se à extradição por ter "medo da justiça brasileira" e do tribunal que o acusa, que "é o mesmo que acusou o presidente Lula".