Sociedade

A pandemia fez aumentar a procura por cirurgias plásticas e procedimentos estéticos

14 fevereiro 2022 17:26

Foto: Getty Images

O estudo foi avançado pela Up Clinics. Procedimentos como rinoplastias, rejuvenescimento das pálpebras e sobrancelhas e substituição de próteses foram os mais procurados

14 fevereiro 2022 17:26

Os confinamentos, consequência da pandemia de covid-19, levaram a diversas mudanças a nível mundial. Em Portugal, verificou-se, nomeadamente, uma maior preocupação para investir na imagem, segundo os dados avançados pela Up Clinic, uma clínica de cirurgias plásticas sediada em Lisboa.

Os portugueses procuraram de forma bastante mais intensa os procedimentos estéticos e cirurgias plásticas, como as rinoplastias (procura aumentou 144%), rejuvenescimento das pálpebras e sobrancelhas (55%), aumentos mamários (40%), de glúteos (40%) e a substituição de próteses (60%).

As razões são várias e abrangem tanto mulheres como homens, sendo que, no sexo masculino, ocorreu um aumento de cerca de 15%. Nota-se outra alteração no crescimento da generalidade dos procedimentos minimamente invasivos, nas faixas etárias dos 30 aos 40 anos, mais jovem do que a que se verificava antes do período pandémico.

Tiago Baptista Fernandes, diretor clínico de cirurgia plástica e fundador da Up Clinic, justifica este aumento de procura: “ao invés de outras necessidades que eram mais importantes no período pré pandémico como, por exemplo, gastos em deslocações, na aquisição de viaturas ou ainda em férias – que não foram realizados pelo confinamento e restrições existentes – a prioridade passou mesmo a ser a própria pessoa e o seu corpo”.

Mas, como já era comum, a preocupação com a face é superior àquela que incide sobre o corpo, no que toca à área não cirúrgica. No período pré-pandémico, a relação era de 70% de procedimentos de rejuvenescimento na face, comparados com 30% no corpo. Durante a pandemia, este balanço nos procedimentos de medicina estética alterou-se para os 90% na face e 10% no corpo.

Os dados podem ser explicados por vários fatores introduzidos pela pandemia, como o uso de máscara. As principais preocupações tinham como finalidade intervir na parte da face que fica fora da máscara, marcando um aumento de 20% dos tratamentos na zona periocular, focado nas olheiras e pálpebras, com o objetivo de iluminar o olhar.

Ainda assim, o procedimento com maior crescimento foi a Hialoestrutura, um rejuvenescimento global e integral da face ao pescoço, que aumentou 30%.

Além da máscara, a pandemia levou as pessoas a ficar mais tempo em casa, não só devido aos confinamentos, como ao teletrabalho e às diversas restrições. Por isto, ficou facilitado o processo de recuperação, que podia ser feito em casa, com a continuação do trabalho e a não necessidade de mostrar em público os visíveis traços de recuperação.

Outras das possíveis razões para este aumento são adiantadas pela Saúde Mais, canal temático de saúde e bem-estar. Mais tempo em frente ao espelho para notar imperfeições, até então, passadas despercebidas. Demasiado tempo a olhar para a câmara de um computador que dificilmente torna a aparência melhorada. Menor tempo gasto nas preparações para sair e o uso de roupa mais confortável. O uso da máscara que piora a qualidade da pele e os vários momentos ou fases de stress. Todas estas situações conduzirem a uma redução da autoestima e vontade de a melhorar através daquele tipo de procedimentos cirúrgicos.

Ainda de acordo com as informações fornecidas pela Up Clinic, ocorreu uma estabilização dos peelings e lasers devido à menor exposição solar.