10 fevereiro 2022 10:34
Foto: Getty Images
Rede laboratorial perdeu contacto com os postos de colheita. Dados clínicos não foram afetados
10 fevereiro 2022 10:34
É o mais recente alvo de ataque informático: os laboratórios de análises clínicas Germano de Sousa. “Demos conta da situação na manhã desta quinta-feira, quando os elementos nos postos de colheita nos avisaram que não conseguiam comunicar connosco”, diz o fundador da rede, Germano de Sousa. A informação clínica está a salvo.
A rede laboratorial foi sobretudo atingida na Grande Lisboa e na região sul, com a perda do sistema de comunicação próprio que a Germano de Sousa tem para os contactos entre os postos de colheita de análises e os vários laboratórios. “Não entraram nas bases de dados, toda a informação clínica, dados dos doentes…não foram afetados”, esclarece Germano de Sousa.
Ao Expresso, o fundador do grupo laboratorial adiantou que o ataque está a ser analisado pela sua equipa informática, “que até ao final do dia deverá conseguir restabelecer as comunicações”, incluindo com a CUF e outros hospitais. Ainda assim, “é possível que se verifiquem atrasos nos resultados das análises”.
Para já, a hipótese é de um ataque informático do tipo ransomware, um pedido de resgate. “O diagnóstico ainda não está totalmente feito sobre qual é a abrangência e o como vai ser o dia de amanhã”, sublinha o presidente da Germano de Sousa, José Germano de Sousa. Ainda assim, garante: “Conseguimos ter o laboratório a trabalhar e tudo o que são marcações, vamos garantir. Estamos apenas a bloquear a receção nos grupos de postos atingidos, e aqui (em Telheiras), até termos o diagnóstico da situação.” As ligações à CUF e a outros hospitais também não estão asseguradas, com o acesso a novos pedidos de exames bloqueado por agora, “por questões de segurança”.
As unidades externas à Germano de Sousa, caso do grupo CUF, estão também agora a avaliar os seus sistemas, com as admissões para novas análises mais dificultadas. Ainda assim, o grupo Germano de Sousa acredita que vai ser capaz de “dar os resultados dos exames já realizados em tempo útil”.
“Tivemos de seguir os procedimentos de segurança e bloquear os acessos, as comunicações com grupos de postos específicos (a rede tem 500 em todo o país) de acordo com determinadas parametrizações de comunicação e os terminais de computadores e iniciar todo o processo de reestruturação dos softwares corrompidos e as suas ligações aos servidores centrais”, precisa o presidente da rede laboratorial. E reitera: “As bases de dados não foram corrompidas.”
José Germano de Sousa garante que os seus laboratórios estavam preparados para reagir. “Há largos anos que fazemos investimento forte em cibersegurança, não estamos alheados. Temos uma empresa em outsourcing com investimento largo e contínuo.”