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“Um trabalhador do Bangladesh recebe menos 32% que um português”

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Luís Barra

Catarina Reis Oliveira Diretora do Observatório das Migrações, recolheu, sistematizou e analisou a informação estatística e administrativa de 48 fontes nacionais e internacionais e converteu-a no retrato da integração dos estrangeiros em Portugal, sob efeito da covid-19 e do ‘Brexit’. No relatório anual do Observatório das Migrações, a socióloga mostra como nem a pandemia travou o crescimento de residentes estrangeiros, bebés, estudantes, sefarditas portugueses e até das contribuições para a Segurança Social. E lamenta que quase não haja quem queira votar.

O que mais a surpreendeu nos indicadores de 2020?

Estávamos a contar que este ano fosse atípico em vários indicadores, atendendo ao contexto pandémico, com restrição de circulação e de acesso a serviços públicos. E se é verdade que alguns o mostram - a diminuição radical de casamentos ou o aumento dos óbitos -, há outros indicadores que surpreenderam, como os da Segurança Social. Houve claro um aumento substantivo da despesa com os imigrantes, devido às medidas extraordinárias, mas por outro lado registou-se um crescimento exponencial do número de contribuintes estrangeiros e das contribuições para o sistema, que ultrapassaram pela primeira vez os mil milhões de euros e que mantiveram o saldo muito favorável mesmo no contexto da pandemia. Durante a última crise económica e financeira, o saldo da Segurança Social emagreceu com os estrangeiros. Agora não.

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