Os reguladores de calor corporal ainda estão no início, mas a Style-Out está apostada em ir mais longe com o lançamento de roupa que elimina fungos e micro-organismos. Depois de estrear as primeiras t-shirts que reduzem a ocorrência de afrontamentos ou retenção de líquidos durante a menopausa, a marca vimaranense começou a preparar as primeiras peças de roupa interior para homem e mulher que não têm fungos ou outros microorganismos indesejáveis – e que, por isso, evitam o denominado 'chulé' e outros cheiros da transpiração, e evitam micoses.
As T-shirts que reduzem sintomas da menopausa já podem ser compradas na Internet; mas a roupa interior anti-micro-organismos deverá estrear dentro de de dois ou três meses. Na origem destas peças de roupa está a tecnologia RT que foi desenvolvida por outra empresa minhota que dá pelo nome de Ooze Nanotech.
“Fizemos testes com meias e verificámos que, mesmo depois de sessões de desporto e exercício, estas meias ainda tinham o cheiro que vinha do detergente das lavagens na máquina (de lavar roupa)”, refere Filipa Fernandes, diretora de tecnologias da Ooze Nanotech.
A Style-Out é uma marca da empresa Ribeiro & Matos. Por seu turno a Ooze Nanotech tem entre o grupo de acionistas um dos sócios da Ribeiro & Matos – e essa é a razão por que a nova tecnologia têxtil, entretanto protegida por patente, chega ao mercado pelas mãos da Style-Out.
As t-shirts que pretendem amenizar a menopausa estrearam-se com um preço de 39,90 euros. Filipa Fernandes admite que é possível encontrar, a preços inferiores, t-shirts convencionais, que não têm qualquer tipo de funcionalidade acrescentada, mas também recorda que “há quem não se importe de pagar mais por uma t-shirt sem este tipo de funcionalidades, apenas porque tem determinada marca”.
A investigadora, que se iniciou na engenharia de materiais na Universidade do Minho, lembra ainda que a análise do preço destas novas peças de roupa que mitigam sintomas de menopausa deve ter em conta que a alternativa é a toma de medicamentos, que poderão implicar gastos regulares – sendo que a t-shirt mantém a funcionalidade mesmo quando o tecido se começa a desintegrar.
“Esta tecnologia continua a produzir os efeitos desejados, mesmo quando a t-shirt começa a ficar rota. Quase ninguém quer andar na rua com t-shirts rotas, mas é possível usá-las em casa ou para dormir, e garantir os mesmos efeitos”, acrescenta Filipa Fernandes.
Além da t-shirt e das peças de roupa interior que evitam as temperaturas para a proliferação de micro-organismos, a Ribeiro & Matos prevê lançar camisas de dormir ou pijamas para homens e mulheres que se encontram em terapias contra o cancro. “Descobrimos que esta solução permite que as pessoas durmam melhor, porque ajuda a reduzir os sintomas relacionados com o cansaço e os tratamentos do cancro. As nossas peças de roupa não tratam o cancro; apenas ajudam a melhorar a qualidade de vida de quem está em tratamento contra o cancro”, esclarece a investigadora.
No caso das peças de roupa interior, a Ooze Nanotech levou a cabo testes com militares na Guiné, e registou reações especialmente positivas no que toca à proteção corporal do calor.
Tanto na mitigação de sintomas da menopausa, como no combate a odores ou na proteção do calor as peças de roupa são revestidas por um material estampado. Este material desenvolvido pela Oooze Nanotech mescla silicone médico com um conjunto de materiais de mudança de fase (Materiais PCM).
Devido ao necessário sigilo industrial, Filipa Fernandes não refere que materiais PCM são usados, mas aceita descrever o que fazem: uma vez estampados no tecido, estes materiais passam a alternar entre o estado líquido e o estado sólido (é por isso que se chamam PCM), consoante a temperatura envolvente.
Com temperaturas mais elevadas estes materiais PCM passam ao estado líquido e retêm o calor; com temperaturas mais baixas, os mesmos materiais passam ao estado sólido e libertam calor. A mudança de estados começa a ocorrer a partir dos 6 graus, mas a Ooze Nanotech aplicou uma mescla de materiais para garantir que a estampagem aplicada nas peças de roupa começa a libertar gradualmente calor para o corpo humano quando a temperatura envolvente é inferior aos 25 graus. O processo inverso, que permite libertar calor que pode ser aproveitado para aquecer o corpo humano, ocorre quando a temperatura envolvente supera os 20 graus.
"No intervalo entre os 20 e os 25 graus, a pessoa não sente calor ou frio, apenas conforto", garante responsável pelas tecnologias da Ooze Nanotech.