Sociedade

GNR garante que nunca existiu qualquer “ordem superior” para impedir perícia a carro de Cabrita

GNR garante que nunca existiu qualquer “ordem superior” para impedir perícia a carro de Cabrita
Paulo Cunha

"Correio da Manhã" escreveu esta quinta-feira que os militares da GNR que investigam o atropelamento mortal que envolveu o carro oficial de Eduardo Cabrita foram impedidos, por decisão superior, de fazer perícias ao BMW

O "Correio da Manhã" escreveu esta quinta-feira que os militares da GNR que investigam o atropelamento mortal que envolveu o carro oficial de Eduardo Cabrita foram impedidos, por decisão superior, de fazer perícias ao BMW. Ainda segundo aquele diário, os titulares da investigação nem sequer sabem para onde a viatura foi levada depois de ser retirada do local do acidente, no quilómetro 77 da A6, a 18 de junho.

O "CM" avançou ainda que de acordo com dados do Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação (NICAV) da GNR de Évora, o BMW circulou na A6 a uma velocidade média de, no mínimo, 200 km/h.

O Expresso pediu uma reação à GNR e o gabinete de relações públicas referiu que a "Guarda Nacional Republicana desenvolveu e encontra-se a desenvolver, nos termos da lei, todas as diligências inerentes a um processo de investigação de um acidente de viação com vítimas mortais". Não adiantou mais esclarecimentos adicionais "em virtude da investigação do acidente se encontrar em curso".

Posteriormente, já em comunicado, a GNR garante que "nunca existiu qualquer ordem superior para impedir ou condicionar quaisquer diligências relacionadas com a investigação do acidente”, ou seja para impedir perícia a carro de Eduardo Cabrita.

A vítima mortal, Nuno Santos, fazia trabalhos de manutenção na A6 quando por volta das 13h00 foi atropelado mortalmente pelo BMW onde viajava o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Até ao momento, o MAI não respondeu às perguntas feitas pelo Expresso sobre o caso. Aliás, o ministro tem permanecido em silêncio sobre o caso.

José Joaquim Barros, o advogado da família de Nuno Santos, já afirmou que a zona do atropelamento tem grande visibilidade, mas "não há sequer uma travagem no local".

"Não se percebe porque é que o [condutor do] carro não viu o obstáculo [o trabalhador] à sua frente com tanta visibilidade e tanto tempo para poder reagir", disse à agência Lusa José Joaquim Barros, argumentando que "não há sequer uma travagem no local".

Segundo o advogado, o local onde ocorreu o acidente, em 18 de junho, na A6 perto de Évora, "não é exatamente uma reta", tem "uma curva muito ligeira à esquerda", mas é uma zona que "tem uma visibilidade muito grande, seguramente superior a um quilómetro".

Além disso, sublinhou, as obras de manutenção em curso no local quando ocorreu o acidente "estavam devidamente sinalizadas e o trabalhador ia também devidamente equipado, com calças e colete refletores".

[notícia atualizada às 15h32 com o comunicado da GNR]

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