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"Há tiques em que tenho mesmo que ir contra uma parede tantas vezes que chego a magoar-me”: viver com Síndrome de Tourette

Neuza Vida, 29 anos, natural de Vila Nova de Gaia, a quem foi diagnosticada Síndrome de Tourette aos 18 anos
Neuza Vida, 29 anos, natural de Vila Nova de Gaia, a quem foi diagnosticada Síndrome de Tourette aos 18 anos
Ricardo Castelo

Imagine que vai na rua e de repente tem uma necessidade incontrolável de tocar na pessoa que vai a sua frente. Ou que está no supermercado e tem de atirar ao chão tudo aquilo em que pega. É esta a realidade de Neuza, Cláudio, Paulo, e de cerca de 1% dos jovens em Portugal. Vivem com Síndrome de Tourette e os tiques acompanham-nos para todo lado

"Há tiques em que tenho mesmo que ir contra uma parede tantas vezes que chego a magoar-me”: viver com Síndrome de Tourette

Rita Coelho

Jornalista

“Costumo abanar a cabeça para a frente e para trás repetidamente; piscar o olho esquerdo; contrair o músculo do braço esquerdo; ao andar, abrir a perna um bocadinho para o lado. E depois reviro os olhos, que é mais raro, mas acontece. Mais raramente, repito várias vezes 'ah'.” Estes são alguns dos tiques que acompanham Cláudio Silva, de 16 anos, desde criança. O jovem a quem foi diagnosticado Síndrome de Tourette aos 6 anos, um ano depois de os movimentos involuntários - como saltar no sofá - terem começado. A demora em obter um diagnóstico deveu-se ao facto de ser necessário que os tiques se prolonguem pelo menos durante um ano.

“É uma doença que aparece predominantemente na infância e caracteriza-se pelo aparecimento e manutenção de tiques diversos, quer sejam motores mais simples, até complexos, em conjunção com tiques fónicos. Devem persistir ao longo do tempo, habitualmente com algumas oscilações na sua apresentação” explica Ana Isabel Araújo, médica interna de Psiquiatria no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

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