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Vacinação. Associação de Reformados pede intervenção da Provedoria de Justiça

Vacinação. Associação de Reformados pede intervenção da Provedoria de Justiça
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Inclusão de outros grupos profissionais na lista de prioritários com um possível adiamento ou atraso na proteção dos mais vulneráveis está na origem do requerimento

A Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (Apre) enviou um requerimento à Provedoria de Justiça pedindo a sua intervenção junto do Governo no sentido de garantir que o objetivo “salvar vidas”, inscrito no plano de vacinação contra a covid-19, não seja comprometido ou atrasado.

Sem referir categorias profissionais, a Apre, associação presidida por Rosário Gama, pede que, num contexto de “escassez de vacinas”, não seja adiada a “vacinação de cidadãos de risco e vulneráveis à covid-19 para aumentar a de grupos que se enquadram no outro objetivo que é o de preservar a resiliência do Estado”. E pede, por isso, a “intervenção” da Provedoria de Justiça junto do Governo e “em particular do Ministério da Saúde e da Direção-Geral da Saúde”.

“Há grupos profissionais que fazem pressão para serem considerados prioritários mas é injusto que ultrapassem os mais velhos, que são quem mais morre de covid-19”, explica Rosário Gama.

As pessoas com mais de 80 anos e as que têm entre 50 e 79 e determinadas doenças de maior risco para a covid-19 estão na fase 1 do plano, que deverá estar concluído em abril. Os cortes nas entregas por parte das farmacêuticas como a AstraZeneca têm, no entanto, dificultado o cumprimento deste objetivo, que acabou por deslizar de final de março para o mês seguinte.

A inclusão recentemente anunciada de professores e funcionários também na fase 1 fez disparar a preocupação junto dos associados da Apre.

Para já são 80 mil docentes e não docentes que deverão ser vacinados em abril, começando pelos trabalhadores do pré-escolar e do 1º ciclo. Mas o número crescerá até aos 200 mil quando for estendido a outros graus de ensino.

O Governo explicou que o setor da Educação é um serviço essencial e que fazia sentido promover esta alteração. A task force responsável pela execução do plano tem assegurado, por seu turno, que o objetivo “salvar vidas” continuar a ser prioritário e que 90% das vacinas recebidas continuarão a ser alocadas a este desígnio.

Neste momento, cerca de 55% das pessoas com mais de 80 anos já receberam pelo menos uma dose da vacina – o objetivo é chegar já ao final de março com 80% deste grupo protegido -, mas bastante menos pessoas entre os 50 e os 79 anos com doenças renais, cardíacas, coronárias e respiratórias graves foram vacinadas.

Já num comunicado emitido na semana passada, a Apre tinha manifestado publicamente o seu desagrado com as alterações mais recentes ao plano da vacinação, lembrando que “87,5% das pessoas que morreram com covid-19 tinham mais de 70 anos”.

Dada a escassez de vacinas verificada no 1º trimestre e com a definição de mais grupos/pessoas como prioritárias, os grupos de risco definidos inicialmente definidos para a 1ª fase, nomeadamente os mais de 80 anos e entre os 50 e os 79 com doenças de maior risco para a covid-19, “vão vendo a sua vacinação adiada e a ocorrer a ritmo lento”, lamentou a associação.

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