14 fevereiro 2021 10:25
william krause/unsplash
É mais uma exibição de poder do regime, numa altura em que cresce o interesse pela app criada para conversas de voz em salas virtuais — cuja experiência de utilização está entre o WhatsApp e os podcasts. A Clubhouse deu acesso a um fórum sem censura, onde os utilizadores chineses podiam falar sobre questões sensíveis, e isso terá bastado para que a sua utilização fosse proibida na China
14 fevereiro 2021 10:25
A imagem de progresso tecnológico contrasta com a política adotada sempre que algo foge ao controlo estatal, mas esta é apenas mais uma exibição daquilo que o Governo chinês designa como soberania na internet — ou no direito a limitar aquilo a que os cidadãos acedem online. São vários os exemplos de plataformas às quais o Partido Comunista chinês bloqueou o acesso nos últimos anos (do Facebook ao Twitter, passando por órgãos de comunicação social ou associações de defesa dos direitos humanos), só que desta vez é a rapidez do bloqueio que surpreende.
Não esperaram que a Clubhouse se tornasse numa das redes sociais mais usadas para proibir a sua utilização e bastaram algumas conversas consideradas impróprias para que a sua interdição fosse ordenada. Em busca de notoriedade, a app criada para conversas de voz em salas virtuais — a experiência de utilização está entre o WhatsApp e os podcasts — deu acesso a um fórum sem censura, onde os utilizadores chineses podiam falar sobre questões sensíveis. E a resposta surgiu em forma de bloqueio nos servidores da China Telecom, Ltd., o grupo de telecomunicações estatal que controla o tráfego na internet e que serve de fronteira entre o gigante asiático e o exterior.