Sociedade

Por causa da covid-19, há mais toxicodependentes em programas com metadona

Por causa da covid-19, há mais toxicodependentes em programas com metadona
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Notícia avançada pelo Jornal de Notícias sublinha aumento da procura em Lisboa e Ovar. Substâncias ilícitas têm faltado durante a pandemia

Há mais pessoas a entrar em programas de recuperação com metadona devido à pandemia, diz o Jornal de Notícias esta quinta-feira. As razões prendem-se com a falta de dinheiro para comprar substâncias ilícitas e também com a escassez dessas mesmas substâncias nos últimos meses.

O aumento da procura da metadona por parte de toxicodependentes “tem sido reportado pelas organizações que trabalham na redução de danos", organizações essas "que sentiram maior pressão” para admitir novos doentes, diz João Goulão, presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, ao JN. Só em Lisboa, estima-se que 300 pessoas tenham começado a tomar metadona nos últimos meses.

No Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT), também em Lisboa, “houve um acréscimo grande para a metadona porque havia dificuldade para conseguirem dinheiro para substâncias”, afirma João Santa Maria, coordenador do projecto, apontando que os centros de atendimento a toxicodependentes também “estiveram em serviços mínimos”, tendo sido necessário encontrar alternativas, como as benzodiazepinas.

Um fenómeno idêntico aconteceu em Ovar, sobretudo devido ao cerco sanitário para conter a propagação da covid-19. “A droga não entrava [na cidade] e, quando não havia heroína, os utentes procuravam metadona”, explica Nuno Rechena, psicólogo no Centro Comunitário de Esmoriz. O importante é “as estruturas de distribuição” nunca fecharem portas, porque se os doentes deixam de tomar metadona, “toda a comunidade fica afectada”, adverte Emídio Abrantes, da Associação Portuguesa de Adictologia.

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