Sociedade

Racismo. O que fazer com o passado que nos dói?

13 junho 2020 17:50

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Filmes, estátuas e símbolos históricos estão a ser questionados, nalguns casos recusados e vandalizados, por contarem o passado sob um olhar colonialista, racista ou violento. “São retratos de época”, que “precisam de ser contextualizados”. Portugal, como outros países, começa a ver-se ao espelho

13 junho 2020 17:50

A morte de George Floyd às mãos de um polícia norte-americano levou inicialmente a discussão sobre racismo para as ruas, com manifestações em cidades de todo o mundo, depois para o sofá da sala, com a interrupção de filmes e séries criados sob um olhar colonialista, e agora para os livros de História, com o questionamento das figuras que os países homenagearam em estátuas e monumentos.

“Os heróis estão sempre a ser repensados, não é de agora”, lembra Isabel Castro Henriques, investigadora doutorada em História de África. “Eles falam por esse momento da História. Faz parte da tarefa do historiador desmontar certo tipo de olhar.” Para Castro Henriques, essas personalidades que marcaram um determinado tempo “não se destroem”, mas exigem que se olhe para elas com “espírito crítico”. Por isso, não percebe o derrube de monumentos de homenagem a figuras como Cristóvão Colombo, como não perceberia se acontecesse com o Parthenon. “A escravatura era a base do sistema social da Grécia Antiga.” Os monumentos da acrópole foram erguidos com esse suor e sangue. “Não vamos agora destruí-los. Ou vamos?”

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