7 dezembro 2019 9:52
Só este ano, até setembro, 557.308 pessoas foram atendidas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em consultas de psiquiatria. A informação da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) revela uma diminuição de 183 mil casos em relação a 2018. Apesar de a matemática ser positiva, a avaliação de médicos e familiares de doentes não é. Todos confirmam o estrangulamento da especialidade, com cada vez maiores dificuldades de internamento. “Temos uma sobrelotação brutal”, afirma Miguel Bragança, presidente do colégio da especialidade da Ordem dos Médicos. Na raiz da situação, diz, está o mesmo problema que enferma todo o SNS: “Falta de investimento.” A que se soma a incapacidade reivindicativa de quem sofre destas patologias — “são doentes que não votam” — e dos familiares — “estão cansados”.
Carlos Dias, presidente da Associação de Familiares e Amigos do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e pai de um doente grave, critica as instalações psiquiátricas do maior hospital do país, onde em 2014 chegou a ocorrer um incêndio e a morrer um doente. De tal forma que, no ano a seguir, alguns médicos escreveram uma carta à administração pedindo melhores condições. Quase nada mudou desde então.
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