5 dezembro 2019 13:44
Médicos justificam decisão, que entra em vigor a 1 de janeiro, com a persistência de "inaceitáveis e degradadas condições de trabalho no serviço de Urgência". Clínicos já estavam a recusar trabalho suplementar desde o início do mês
5 dezembro 2019 13:44
Os oito chefes de equipa de cirurgia do Hospital de Faro enviaram, esta quinta-feira, uma carta à administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) a comunicar que deixam de fazer qualquer serviço nas Urgências da unidade, a partir de 1 de janeiro. A posição é justificada pelas “inaceitáveis e degradadas condições de trabalho no serviço de Urgência” e surge depois de os cirurgiões do quadro da unidade já estarem a recusar fazer trabalho suplementar nas Urgências desde 1 de dezembro.
A “sistemática inexistência de camas para internamento de doentes urgentes”, a “recorrente ausência de acesso ao Bloco Operatório num tempo considerado ótimo” ou os “sistemáticos entraves à realização de exames complementares de diagnóstico” foram algumas das razões apresentadas pelos clínicos para o protesto que começou no início deste mês. Agora, devido à “persistência” destes problemas e perante a aparente indiferença da administração em relação à situação, os cirurgiões com maior experiência abdicam completamente de fazer Urgências – podem fazê-lo pois, legalmente, a partir dos 55 anos os médicos têm a possibilidade de pedir dispensa do serviço nas urgências.
Contactada pelo Expresso, a administração do CHUA limita-se a dizer que “o problema será resolvido como tem sido até aqui, com a contratação de médicos externos mais horas”, para os turnos das Urgências que tenham cirurgiões em falta. E recusou prestar qualquer declaração sobre os problemas apontados pelos clínicos.