Portugal não é o único a ter professores cada vez mais velhos, mas é um dos países onde esse envelhecimento foi mais acentuado. A percentagem de docentes com mais de 50 anos nos países da OCDE passou de 31% para 36% numa década, com um aumento de cinco pontos percentuais. Mas em Portugal saltou de 22% para 41% de docentes acima dos 50 anos, de acordo com os dados do relatório 'Education at a Glance 2019', divulgado esta terça-feira.
Grécia, Hungria, Lituânia, Polónia e Eslovénia foram os outros cinco países da OCDE com um aumento de pelo menos 13 pontos percentuais neste indicador. Destes, apenas a Polónia mantém uma percentagem total de professores com mais de 50 anos abaixo da média deste conjunto de países.
"Portugal tem uma das classes docentes mais envelhecidas da OCDE. Cerca de 40% dos professores do ensino básico e secundário têm 50 ou mais anos (a média da OCDE é de 36%)", lê-se no relatório. "O envelhecimento desta classe acelerou na última década. Em 2005, cerca de 16% dos professores tinham menos de 30 anos e apenas 22% tinham mais de 50 anos. Este envelhecimento acentuado pode ser em parte explicado pela redução da população em idade escolar em algumas zonas do país e o consequente processo de integração de escolas, que também limitou o recrutamento de novos professores."
Os dados do relatório mostram que apenas 1% dos professores em Portugal tem agora menos de 30 anos. Em média, nos países da OCDE, são 10%.
Já em junho deste ano, a OCDE tinha alertado para a necessidade de Portugal renovar metade da classe docente na próxima década, tendo em conta as suas idades. "Salários competitivos, boas condições de trabalho e oportunidades de desenvolvimento de carreira poderão atrair mais jovens para o ensino em alguns países e, noutros, ajudar a reter professores", lê-se no relatório publicado esta terça-feira.
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