5 novembro 2013 13:15

Exposição do Expresso ficará patente na Praça do Giraldo até dia 20
nuno fox
A exposição juntou os eborenses na Praça do Giraldo e fê-los pensar nos acontecimentos do passado recente.
5 novembro 2013 13:15
Onze da manhã, o sol desperta na Praça do Giraldo, em Évora, e o povo sai à rua. Cheira a castanha assada e há queijadas fresquinhas no Café da Arcada. "Olha!, o Cavaco aqui ainda tão novo!", ouve-se o espanto de homens e mulheres que passam em revista 40 anos de história do país e do mundo. Atentamente. Não é preciso esperar que a exposição seja inaugurada.
"O Mandela e o apartheid toca-me muito, o que aquele homem sofreu e aquilo por que lutou... É uma pessoa extraordinária. Também me interessa recordar a Guerra do Golfo. Estes acontecimentos vão passando na nossa memória e à medida que o tempo se vai, esquecemo-nos deles", diz Joaquim Santos, 69 anos.
"Naquela madrugada, ia de carro para a fábrica da Siemens, onde trabalhava. Ligo o rádio e começo a ouvir falar de marchas militares. Era o 25 de Abril. Pensei para comigo, passa-se qualquer coisa de anormal", recorda ainda.
Inácia Caldeira e Alexandrina Rolo, ambas de 59 anos, têm outra reação ao passear e olhar a exposição "Expresso 40 anos". "Isto serve é para vermos o que ainda nos vai acontecer, é o que passou e o que está para vir", afirmam.
A maturidade do Expresso
Francisco Pinto Balsemão, o presidente do Grupo Impresa, proprietário do Expresso, faz as honras da casa: "Para os eborenses será com certeza uma exposição muito interessante. Um jornal quando chega aos 40 anos atinge a maturidade e é essa nossa experiência que trazemos aqui, uma experiência baseada no que aconteceu e acontece no país e no mundo. Oferecemo-la à sociedade para a qual fazemos o nosso jornal".
A exposição de fotografia, organizada em décadas, com cinco torres para cada uma, é uma seleção de imagens "representativas do que publicámos ao longo destes 40 anos e com elas pretendemos mostrar e explicar o que aconteceu no mundo e, ao mesmo tempo, celebrar o percurso do Expresso", declara Pinto Balsemão.
"O critério escolhido foi baseado na história do nosso país, que contrastámos com o que aconteceu no mundo. Publicámos milhares de fotografias dos nossos repórteres fotográficos e outras comprámos a agências noticiosas para trazer a cada cidade uma reflexão sobre os factos que retratámos e analisámos nas nossas páginas", continua Francisco Pinto Balsemão.
Exemplo de cidadania
O presidente da Impresa explica ainda que levar esta exposição ao país inteiro é um exemplo de cidadania. "Estamos aqui para lembrar e afirmar o país e o mundo em que vivemos!"
O que aqcontece num momento muito especial, o da revolução digital, que faz hoje com que "o Expresso tenha mais leitores do que alguma vez teve, através do site online, da versão digital para iPad e da versão tradicional em papel".
"Ao trazermos o jornal à cidade de Évora procuramos cumprir a nossa missão. A de levar por diante um projeto jornalístico de qualidade, independente e virado para o futuro", conclui.
Conferência " Cultura e Criatividade"
"Estas coisas são boas para a cidade e para cada um de nós. Recordo muitos destes acontecimentos e faz bem a todos pensar no que aconteceu, sobretudo, não esquecer como começou a democracia", considera Rosa Lino, de 68 anos.
O povo continua às voltas em volta da exposição e promete visitá-la mais vezes até dia 20.
Esta tarde, às 15h, a conferência "Cultura e Criatividade", na Universidade de Évora (veja a conferência em direto aqui) promete "chegar a soluções e não apenas a diagnósticos", avança o presidente do grupo Impresa, Francisco Pinto Balsemão.