Exclusivo

+E

Agricultores fazem dos tratores armas e bloqueiam cidades: o que já arde na Europa começa a ferver em Portugal

Agricultores bloqueiam a A7, em França, numa ação de protesto contra as medidas de política agrícola do Governo francês e da União Europeia, no dia 24 de janeiro. Esta semana, as colunas de tratores e camiões chegaram a Paris
Agricultores bloqueiam a A7, em França, numa ação de protesto contra as medidas de política agrícola do Governo francês e da União Europeia, no dia 24 de janeiro. Esta semana, as colunas de tratores e camiões chegaram a Paris
Sean Gallup/Getty Images

Os agricultores europeus estão furiosos. O equilíbrio entre a urgência das medidas ambientais e uma agricultura rentável parece impossível. De Paris a Varsóvia, de Berlim a Amesterdão, cortam estradas e montam barricadas. Os produtores nacionais queixam-se do mesmo e podem ir para as ruas após as eleições de março. É o tudo ou nada: ou a comida no prato fica mais cara ou o prato fica sem comida

Agricultores fazem dos tratores armas e bloqueiam cidades: o que já arde na Europa começa a ferver em Portugal

Tiago Carrasco

Jornalista

A fértil terra saloia em Carrascal, concelho de Mafra, exibe-se debaixo do sol de janeiro, numa montanha-russa de pequenas colinas e vales onde árvores de fruto e vegetais encontram condições idílicas para prosperarem. No topo de um cerro, Domingos Santos, de 59 anos, dirigente da Frutoeste e presidente da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas, observa os seus cultivos; numa encosta, as maciei­ras e as pereiras, despidas pelo ímpeto do inverno, na outra, limoeiros viçosos com frutos garridos. Aponta para as caixas brancas penduradas junto dos limões: “São armadilhas para fazer a caça em massa da traça da flor de limoeiro. Ele é atraído para ali através de uma feromona feminina, fica colado, e assim evita-se a sua reprodução e consequente propagação da praga”, explica. “É uma das técnicas de luta biotécnica que utilizamos, precisamente para evitar o uso de fitofármacos. E para isso não precisamos de nenhum decreto-lei, porque nós, os agricultores, somos os principais defensores do ambiente. A nossa atividade depende do clima.”

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate