A fértil terra saloia em Carrascal, concelho de Mafra, exibe-se debaixo do sol de janeiro, numa montanha-russa de pequenas colinas e vales onde árvores de fruto e vegetais encontram condições idílicas para prosperarem. No topo de um cerro, Domingos Santos, de 59 anos, dirigente da Frutoeste e presidente da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas, observa os seus cultivos; numa encosta, as macieiras e as pereiras, despidas pelo ímpeto do inverno, na outra, limoeiros viçosos com frutos garridos. Aponta para as caixas brancas penduradas junto dos limões: “São armadilhas para fazer a caça em massa da traça da flor de limoeiro. Ele é atraído para ali através de uma feromona feminina, fica colado, e assim evita-se a sua reprodução e consequente propagação da praga”, explica. “É uma das técnicas de luta biotécnica que utilizamos, precisamente para evitar o uso de fitofármacos. E para isso não precisamos de nenhum decreto-lei, porque nós, os agricultores, somos os principais defensores do ambiente. A nossa atividade depende do clima.”
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