29 abril 2023 16:52

d.r.
João Paulo Martins revela os segredos do setor vitivinícola
29 abril 2023 16:52
Estava eu em São Paulo quando alguém me perguntou o que achava dos Douro Boys. Fiquei completamente encavacado porque não sabia do que se tratava. Chutei para canto e tratei rapidamente de fazer uns contactos para então perceber que o nome se referia a um grupo de produtores do Douro, criado dias antes, que se ligaram para que a promoção conjunta resultasse melhor do que esforços individuais. Juntaram-se Vale Meão, Valado, Niepoort, Quinta do Crasto e Cristiano van Zeller, à data na Quinta Vale D. Maria e agora a representar a Van Zellers. A ideia foi brilhante, em grande parte mérito de Dorli Muhr (uma austríaca, portuguesa de coração...) que, há uma semana, promoveu, nas caves da Niepoort em Gaia, uma prova verdadeiramente única dos vinhos do Porto mais antigos que estes produtores têm, bem como provas de vinhos do Douro já há muito esgotados no mercado. Duas décadas passadas autorizam que se conclua que este grupo fez mais pelos DOC Douro (e, claro, pelo Vinho do Porto) do que muita ‘pub’ até então feita.
Enquanto aqui há três décadas os DOC Douro eram uma curiosidade que só alguns winewriters conheciam, hoje pode-se afirmar que não conhecer o Douro e não ter visitado o que de muito há por lá a conhecer é, no mínimo, uma mancha grave no currículo de quem escreve sobre vinhos. A ‘aventura’ dos DOC Douro começou nos anos 90; antes havia poucas referências (Ferreira, Real Companhia Velha, Quinta do Côtto e adegas cooperativas) e a explosão nessa década começou timidamente a incluir também os vinhos brancos. As vinhas já lá estavam e as uvas eram canalizadas para vinhos do Porto brancos. Foi quando os produtores começaram a apostar neles (Ramos Pinto, Niepoort, entre outros), que, de repente, os consumidores perceberam que ‘ali’ também era possível fazer brancos de enorme valia.
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