Restaurantes

Lisboa não abrandou o ritmo de verão, com o Rocco a surpreender muito além da estética

3 setembro 2022 14:22

O crítico gastronómico Fortunato da Câmara provou os principais pratos da carta e dá o seu veredicto

3 setembro 2022 14:22

Feriae Augusti, eram os dias de repouso que marcavam o final dos intensos meses de junho e julho, de grande atividade agrícola ao nível de colheitas e armazenamento de mantimentos. Para compensar os servos romanos, o imperador Otaviano Augusto marca no calendário um feriado a 1 de agosto. O início das “férias de Augusto”, data com a designação popular de ‘Ferragosto’. Surgiu em 18 a.C. e existiu quase 2000 anos, até a igreja católica o ter fixado a 15 de agosto, em 1950. O lado pagão, das primordiais corridas de cavalos no Império Romano, as praias e piqueniques que os italianos não dispensam, misturado com uma data religiosa. A evasão em vários sentidos e direções.

“Tudo ia mal para mim naquele verão e, quando chegou o feriado de agosto, dei comigo em Roma sem amigos, sem mulheres, sem parentes, sozinho.” Alberto Moravia começava assim em 1954 um dos seus contos dedicados ao Ferragosto. Tudo muda, e Lisboa também já não é uma cidade vazia em agosto. A marcação de mesa foi inevitável no Rocco. Abriu no inverno, mas respira-se novidade num lugar que mesmo estando dentro de um hotel em pleno Chiado, tem entrada e vida próprias. Três ambientes de cartas diferenciadas, com a nossa opção a incidir no ristorante, de linha clássica italiana.