Design

Há duas cadeiras portuguesas em exposição no Vitra Design Museum

27 janeiro 2023 8:24

Guta Moura Guedes

Criação de Daciano da Costa integra a extensa colecção do Vitra Design Museum

27 janeiro 2023 8:24

Guta Moura Guedes

Quando chego ao campus da empresa alemã Vitra, em Weil am Rhein, é o edifício de Frank Gehry que mais me chama a atenção. Habitual, isto, pode dizer-se, pois as obras deste arquitecto norte-americano destacam-se sempre do contexto. Mas no caso do Vitra Design Museum, é dele que falo, trata-se não só de uma das suas mais belas obras, a primeira na Europa, mas a que é também uma das mais modestas em escala. Terminado em 1989 é um exemplo do desconstrutivismo inicial de Gehry e da sua capacidade de criar esculturas arquitectónicas poderosas que, seguindo um programa, têm em si algo mais do que o desejo de servirem uma necessidade. Nesta pequena vila alemã, mesmo ao pé da poderosa Basileia, Gehry inicia uma linguagem que viria a tornar-se a sua assinatura. E este pequeno edifício, que agora dialoga com novas obras arquitectónicas de maior escala, condensa tudo aquilo que Gehry revolucionou e inovou.

Este museu nasce de um convite de um gestor que conheço bem, Rolf Fehlbaum, que fez da empresa Vitra aquilo que ela é, e de Alexander von Vegesack, com quem já trabalhei diversas vezes, o grande coleccionador cuja colecção pessoal de design de equipamento foi adquirida pela Vitra e que foi o primeiro director do museu. E se a colecção inicial não era só feita de cadeiras, o facto é que eram muitas as que a integravam. É que não só as cadeiras são dos equipamentos mais utilizados pelo mundo fora, como são também, e ainda, das peças de mobiliário mais difíceis de desenhar e de produzir. Parece estranho, mas o facto é que a relação de extrema proximidade entre uma cadeira e o corpo humano levanta questões de design e manufactura que continuam a mobilizar designers em todos os pontos do mundo e a gerar uma constante dinâmica de ajuste e aperfeiçoamento.