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Naco a naco esvazia a população o prato: o que o consumo de carne diz sobre nós

Naco a naco esvazia a população o prato: o que o consumo de carne diz sobre nós
Cristiano Salgado

Os jovens europeus representam a franja da população mais propensa à adoção de hábitos alimentares alternativos à carne. Qual o seu verdadeiro impacto? Em termos globais, não é muito. Mas per capita a carne vermelha tem perdido fama. Entre as principais razões estão o ambiente, a saúde e a carteira

Comer carne está a ficar fora de moda. Que o digam os vegetarianos, vegan e flexitarianos, que crescem como cogumelos em solo europeu — e que bem lhes sabe o rei dos fungos. Os jovens são os mais febris pela mudança e estão na linha da frente do combate pelas alterações climáticas — um dos principais motivos que os levam a adotar hábitos alimentares alternativos, mesmo que para isso tenham que abdicar da sua natureza omnívora. Para esta febre, já não aceitam ser servidos com canja de galinha. Faça-se antes sopa de legumes e mais caldo verde — mas sem toucinho.

Paradoxalmente ou não, apesar de se ter vindo a verificar um abrandamento global no consumo de carne, à velocidade com que a população aumenta, a previsão para as próximas décadas é igualmente ascendente. Segundo o último relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), estima-se que o aumento populacional atinja os 11% em 2031. Com isso, também o consumo global de carne está previsto subir em 15 pontos percentuais. Mas quando falamos em números per capita, as carnes vermelhas estão em queda. As preferências assentam agora nas carnes brancas.

Os Estados Unidos da América (EUA), que estão entre os maiores produtores e consumidores de carne a nível mundial, dominando o mercado de exportações de carne bovina, nesta época festiva seguem a tendência, não renunciando à carne branca que ocupa o centro de mesa no dia de ação de graças. Diretos para o prato dos norte-americanos, por ano, morrem cerca de 46 milhões de perus.

Já a União Europeia (UE), que se encontra no terceiro degrau do pódio dos maiores exportadores de carne, imediatamente atrás do Brasil, destaca-se também pela produção de bovinos. Nos dados mais recentes da Eurostat, a UE atingiu os 6,8 milhões de toneladas. Ainda assim, as suas metas para o consumo seguem um caminho inverso.

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